sábado, 9 de julho de 2011

Es hoy, hermanos!

Fui.
Gone.
Allée.

Borboletas de barriga!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Reativação: roteiro da nova viagem!

Blog reativado devido a uma nova viagem, graças a Deus!

Sábado agora estarei indo para os nossos vizinhos latinos: Bolivia e Peru!

Serão 17 dias ao lado de Catarine Dell'Aquila, Juliana Achcar e André Panzetti. Só alegria!

Com roteiro ainda indefinido, porém semi-traçado, isso é o que faremos (ou não) por lá:

09/07 - Vôo para Bolivia e noite em La Paz
10/07 - Cusco
11/07 - 1º dia da trilha Salkantay para Machu Picchu
12/07 - 2º dia da trilha Salkantay para Machu Picchu
13/07 - 3º dia da trilha Salkantay para Machu Picchu
14/07 - 4º dia da trilha Salkantay para Machu Picchu
15/07 - Machu Picchu
16/07 - Vale Sagrado dos Incas
17/07 - Lago Titicaca do lado peruano (cidade de Puno)
18/07 - Lago Titicaca do lado boliviano (cidade de Copacabana)
19/07 - Potosi ou Oruro
20/07 - Salar de Uyuni
21/07 - Salar de Uyuni
22/07 - Salar de Uyuni
23/07 - La Paz, montanha Chacaltaya e Vale de la Luna
24/07 - La Paz
25/07 - Vôo de volta pra São Paulo

Alguém que já tenha ido gostaria de fazer alguma sugestão?

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Fim!

Para terminar de fato o meu registro de viagem tinha uma frase do Paul Theroux, escritor de literatura de viagem, que eu queria ter colocado quando cheguei ao Brasil, mas que só encontrei agora.

Obrigada a todos que, de alguma forma, conseguiram manter contato comigo e fazer eu me sentir um pouquinho mais perto de casa.

"A grande viagem é apenas uma maneira de um homem inspirado tomar o rumo de casa."
- PAUL THEROUX -

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Continuando Namíbia e África do Sul!

Swakopmund é super limpa e organizada, ou seja, ultra-alemã, inclusive dá pra ouvir alemão em toda a esquina sendo que vários deles vivem no país.

Visitei o museu da cidade que compila informação sobre os costumes locais, época da colonização, ocupação alemã e sul-africana, minerais encontrados no deserto, animais, etc....de tudo um pouco e de chato um muito =/

Mais tarde fomos no cinema assistir Hangover, encontramos a galera numa pizzaria e terminamos a noite no bar do hotel onde conheci uma alemã que mora na Namíbia e é apaixonada pelo Brasil, especialmente por São Paulo! Eita.

No dia seguinte caminhei pela praia e fui até as dunas, um pedacinho do famoso deserto da Namíbia. Sério, é de cair o queixo como estas dunas são grandes.

Pro almoço um autêntico schintzel alemão e depois um tour nas townships locais, ou, em bom português, favela. Não sei se a condição dos moradores é pior ou melhor do que na favela paulistana, mas que a favela em si é muito mais organizada e decente isso é. Primeiro que não é um monte de casa uma cima da outra no morro, mas sim um monte de casas uma ao lado da outra, em ruas como se fosse um bairro normal, só que obviamente as casas são igualmente precárias. O que eu achei impressionante é que eles têm todo um sistema de distribuição de água. A cada 9 ou 10 casas existe uma bomba de água na qual cada família tem direito a uma certa quota por semana, de maneira que a água é gratuita e distribuída igualmente entre as famílias. Também tem os banheiros que ficam fora das casas. Cada banheiro é para o uso de duas famílias, cada família com 6 ou 7 integrantes, sem descarga e sendo limpos 2 vezes por semanas. Hmm, não muito agradável de imaginar, hein.

Na township visitamos a casa de três locais. A primeira casa foi de uma mulher da tribo dos Hereros, cujo costumes são bem arcaicos, do tipo quando um homem casa com uma mulher, se esta achar que precisa de mais ajuda na casa ou quer ter mais filhos mas já passou da idade ela escolhe uma nova esposa para o marido, ou seja, desde que a primeira mulher aceite e escolha a próxima vítima ele pode ter várias esposas...e com isso muita dor de cabeça!

Falando em cabeça ela ainda usava uma roupa típica, um vestido estampado com um chapéu com dois chifres. Disse ela que era para que ficassem semelhantes às vacas! O porquê fiquei sem saber.

A segunda casa que visitamos foi de uma senhora de 85 anos (Lena) que é a chefe da vila. Não chefe no sentido próprio da palavra, mas mais como se fosse uma conselheira. As pessoas, em momentos de dúvidas, brigas ou por não saberem o que fazer em determinada situação vão à casa dela pedir conselhos. Ela é super bem vista na vila e todos a respeitam, mas hoje em dia ela disse que o número de pessoas que a procuram é cada vez menor devido à modernidade.

A terceira e última casa foi a da Augustina, a curandeira da vila, que nos mostrou os remédios naturais que ela usa para os mais diversos fins, incluindo cu de hiena e merda de elefante...imaginem que todas essas iguarias passaram de mão em mão e nós ainda cheiramos cada uma delas!

Depois passeamos pela vila com dezenas de crianças nos seguindo, tomamos cerveja com os locais no bar local e, por fim, jantamos comida local: feijão, frango, espinafre, uma massa tipo polenta e, acreditem se quiser, caterpillar (me fugiu o nome em português, mas é aquela larvinha que vira borboleta)!!!!

Olha que pra ser sincera não é ruim não, é só uma questão de você desvincular da cabeça a idéia de estar comendo uma larva crocante, mas o sabor não é dos piores...mas também não é nenhuma coisa imperdível. Bom, ninguém realmente apreciou, salvo a Cheryl que gostou e comeu uns vários na seqüência!

No final da noite as crianças cantaram e dançaram para nós. E como remexem!

No último dia em Swakopmund Anna, Jen e eu fomos até o restaurante do farol tomar café da manhã: waffles com frutas e sorvete! Hummmm.

À tarde fomos fazer quad-biking nas dunas do deserto. Aff, é muito legal! Primeiro eles explicam que as motos automáticas têm um limite de 60km/h e eu achei que era pouco e que ia ficar comendo areia atrás de todo mundo, mas quando você está lá nas dunas você percebe que é velocidade mais que o suficiente e que o negócio é rápido e chega a dar medo, pelo menos no começo. É que as dunas são enormes, altas mesmo, e a gente sobe até quase o topo delas com as motos e depois desce na maior velô e demora um pouquinho até pegar o jeito. E como são lindas as dunas! De tirar o fôlego. Uma imensidão de sobes e desces de areia com diferentes cores dependendo do reflexo do sol, extraordinário mesmo.

No dia que deixamos a cidade tínhamos longas horas de estrada pela frente, quase a tarde inteira. Era aniversário da Cheryl, então como íamos passar quase o dia todo dentro do caminhão fizemos uma festa ali mesmo. Com vários jogos, músicas e drinking games fomos o caminho inteiro festejando e dançando, o caminhão chacoalhando pra lá e pra cá. E quando chegamos no acampamento ainda improvisei uma caipirinha pra galera, que adorou!

Finalmente chegamos no coração do deserto da Namíbia, e é ainda mais impressionante que o lugar onde fizemos o quad-biking. As dunas são muito mais altas, as areias alaranjadas, quase vermelhas e os olhos se perdem no horizonte.

Subimos uma das dunas a pé até o topo (mais ou menos 150m) e vou dizer que apesar da altura ser pequena haja pernas pra subir um monte de areia! Os pés atolam a toda hora e o vento incessante não pára de jogar areia em você. Na segunda parada no deserto o lugar para se visitar era o Death Valley, uma vale no meio das dunas com árvores secas, mas o caminhão não podia ir até lá. As opções eram andar 2km ou pagar um dos guias para te levar até lá num jipe. Óbvio que eu fui com a segunda opção...não me chamem de folgada, mas é que o vento estava mesmo muito forte!

Desde que decidi vir pra África e escolhi o roteiro que iria fazer o deserto vermelho da Namíbia sempre foi um dos locais que estive esperando mais por visitar. Não deixou a desejar, valeu cada segundo que passei ali. Volto a repetir: é muito lindo, de tirar o fôlego, um daqueles lugares que tez faz pensar em como somos pequenos perante a natureza.

Enfim, deixando o deserto de lado, nosso último destino no país antes de cruzarmos a fronteira foi uma passada rápida no Fish River Canyon, o segundo maior cânion do mundo (o primeiro sendo o Grand Canyon, nos EUA). Eu que tive o privilégio de estar nos dois devo dizer que o do Tio Sam é infinitamente mais bonito. Falta graça no africano, falta a grandeza dos vales e das fossas e as enormes fissuras nas rochas que fazem o cânion americano único.

Mas valeu a pena, especialmente porque terminamos a visita no cânion vendo o sol se pôr enquanto tomávamos vinho e comíamos queijo, um luxo pelo qual esperamos a viagem inteira.

ÁFRICA DO SUL

Tudo o que é bom dura tempo o suficiente para se tornar inesquecível. Depois de quase 2 meses acampando na África e quase 6 meses viajando mundo afora o que parecia tão distante chegou: o último pais, África do Sul!

Nada mais digno que no país conhecido por ter tantas vinícolas e bons vinhos iniciássemos nossa visita com uma parada em uma delas. Portanto nossa primeira noite em terras sul-africanas foi neste acampamento chamado de Highlanders, onde o dono possui uma pequena vinícola e pudemos então fazer uma degustação de vinhos...com mais queijo!!!

Foi também a última noite que acampamos e tivemos que dar tchau às nossas barracas. Acho que não tinha mencionado, mas cada uma tinha um nome e algumas pessoas se apegaram a elas por conta disso. Nunca mais iria dormir na minha querida Hansa.

Obs: Cada nome era o nome de uma cerveja africana! Hansa é uma cerveja da Namíbia.

Partimos então para Stellenbosch, uma cidadezinha perto de Cape Town famosa por hospedar as melhores vinícolas do país. No caminho fiquei encantada com as estradas, que diferente do que estávamos acostumados desde o Zimbábue, começaram a apresentar bosques esverdeados e floridos ao invés daquela mata seca de tons pastéis.

No primeiro dia não fizemos nada de mais em Stellenbosch. A única curiosidade foi que jantei num restaurante tailandês, na África do Sul cujo dono era português. Pode? Como diria meu querido vovô José: essa não deu!

Já no segundo dia sim, fizemos um tour pelas vinícolas. Quatro no total e cada uma com degustação de vinhos inclusa. Uma delas inclusive com degustação de queijo, um melhor que o outro. Mas o melhor foi o queijo 100% de cabra, aff, muito bom, derrete na boca!

Bem, agora imaginem só como não estava o estado das pessoas no final do dia após visitar 4 vinícolas e experimentar uma média de 5 vinhos em cada uma...tsc tsc. Só sei que quando eu voltei pro albergue devorei o jantar...será que tem alguma relação? Hehehe.

Deixando o líquido dos deuses de lado era hora de seguir pra Cape Town.

Depois de 53 dias viajando pelo sudeste africano nas mais inóspitas estradas o caminhão não apresentou nenhum problema. A 45 minutos de Cape Town, numa estrada asfaltada de boa qualidade e no único dia da viagem inteira que estava chovendo adivinhem: quebrou!

Sim! A suspensão de uma das rodas quebrou ali, no meio da rua, obrigando todos a descerem e esperarem embaixo de chuva por duas horas até o conserto. Bom, se já não há um ditado que diz isso, digo eu: sempre acontece uma cagadinha quando você pensa que as coisas estão terminando bem.

Chegamos com atraso, mas chegamos! A última cidade do roteiro, hora de passar os últimos dias com as pessoas com quem vivi 24 horas por dia nos últimos 2 meses e depois cada um seguir seu rumo. E como passou rápido.

Assim que chegamos Cat, Eleanor, Will e eu fomos caminhando até o porto para comprarmos os tickets da balsa que vai até Robben Island...infelizmente no caminho um sujeito se aproximou e fez do Will a bola da vez. Chegou perto dele falando na língua local e quando percebeu que o Will não entendia, atestando assim sua condição de turista, sacou uma faca do bolso e lhe roubou a carteira com o dinheiro que toda a galera havia dado pra ele comprar os tickets.

A África do Sul é considerado o país mais perigoso do mundo devido ao alto índice de criminalidade, mas eu não havia sentindo um clima de perigo quando passei uma semana em Cape Town no ano passado. Afinal, naquela época éramos mais de 200 pessoas e nenhuma de nós passou por nada parecido.

Não posso dizer o mesmo desta vez. Além do Will, dois dias depois roubaram o celular da Lucy, ficamos sabendo de um assassinato que aconteceu pertinho de onde estávamos hospedados e ainda outro gringo que nos contou que o próprio motorista do táxi que tomou, quando viu que sua carteira estava cheia de dinheiro, também puxou uma faca e o obrigou a entregar a gordinha.

Veja bem, uma semana no ano passado e nada. Quatro dias desta vez e todos estes exemplos. É difícil estereotipar, mas parece que o status de país mais perigoso do mundo se aplica.

Mas atenção, esta experiência não deve ser considerada para todo o continente. Muito pelo contrário. Em todos os países pelos quais passamos antes não me senti ameaçada em nenhum deles. Os locais sempre foram muito amistosos e amigáveis e andar pelas ruas não era problema se tomado os cuidados básicos.

Quero deixar claro que visitar a África do Sul fica a critério de cada um, mas com relação ao resto do continente, este aconselho a todos uma visita, de olhos fechados, pois a África é muito mais do que aquilo que vemos na tevê. Às vezes mais pobre, mas quase sempre mais surpreendente, no sentindo bom da palavra.

Voltando ao relato, fomos fazer o B.O. na delegacia e depois, como nenhum táxi estava passando pela delegacia, um dos policiais ofereceu uma carona e pela primeira vez na vida nós quatro fomos na traseira de um camburão! Viu só, tudo tem seu lado positivo, ganhamos a noite com esta experiência! Hehehehe.

O mais engraçado foi que nesta mesma noite tínhamos marcado nosso último jantar em grupo no Mama África, um restaurante famoso na cidade, e chegamos arrasando no camburão da polícia! Uh-hul!

O jantar no Mama África foi super legal. A banda ao vivo era ótima, foi nosso último jantar com todo mundo reunido e ainda pudemos provar as últimas iguarias africanas: espetinho de crocodilo e bife de avestruz. Os dois muito bons, mas o avestruz deixou o crocodilo no chinelo com sua maciez e gosto de picanha. Juro! Quem tiver a oportunidade faça a prova.

O resto dos dia em Cape Town foram tranqüilos e pude fazer as coisas devagar. Em um dia fui a Table Mountain (cartão postal da cidade) e na Green Square Market (praça de artesanato) e jantamos num restaurante tailandês para a despedida da Anna, que foi a primeira a nos deixar.

Nos outros dias fui ao cinema ver My Sister’s Keeper (com a menina do Miss Sunshine e a Cameron Diaz), andei pelo bairro islâmico do Bo Kaap e suas casinhas cada uma de uma cor, fui até a Robben Island, onde está a prisão onde ficou preso o Nelson Mandela e também alugamos um carro para irmos ver os pingüins na Boulders Beach e descer até o Cabo da Boa Esperança. E ainda, em uma das noites, fui jantar na casa do dono de uma das lojinhas de souvenir da Long Street, um cara dos Camarões que conheci no ano passado com o qual, naquela oportunidade, conversei durante horas. Passei por lá desta vez, ele me reconheceu e me convidou pra jantar na casa dele. Um ótimo cous-cous à francesa. Arranjei convite de hospedagem de graça para a Copa do Mundo e tudo! No meio tempo, cada um foi deixando a cidade aos poucos e dando o seu tchau.

No fim das contas foi uma boa estadia, mas depois de tantas notícias ruins em relação à segurança da cidade a galera estava desconfortável em explorá-la então acabamos nos detendo só aos atrativos turísticos básico mesmo.

No domingo Flemming, Ben, Imogen, Cheryl e eu almoçamos juntos pela última vez no Waterfront e à tarde eu e a Cheryl pegamos o interminável ônibus de 20 horas para Johannesburgo. Olha que até que nem pareceu tão longo, conseguimos dormir bem e chegando em Jo’burg tudo o que queríamos era chegar logo no albergue e nos sentirmos sãs e salvas. Não fizemos turismo dessa vez. Tínhamos apenas um dia na cidade e resolvemos descansar um pouco no albergue, dando-nos o luxo de apenas jantar fora em um restaurante português.

E no dia seguinte...cheguei ao Brasil!!!

sábado, 22 de agosto de 2009

Botsuana e um pouquinho da Namíbia

Aff, tô quase voltando pro Brasil e ainda falta um montão de coisas pra escrever aqui, então aí vai:

BOTSUANA

Ficamos só uma semana no país e a primeira parada foi no Chobe National Park, onde fizemos um cruzeiro pelo rio que cruza o parque. Foi bem legal pois vimos um elefante imenso nadando, vários crocodilos, búfalos, diferentes pássaros e um família de hipopótamos, com bebezinho e tudo! Um dos hippos estava nadando perto do nosso barco e até nos seguiu por uns instantes...reconfortante é saber que hipopótamo é o animal mais perigoso da África pois é o que mais mata seres humanos...uhul!!!

Depois de uma noite de bush camp seguimos para o Okavango Delta, o principal destino turístico de Botsuana. É uma região super rica em flora e fauna devido ao delta do rio Okavango. O delta é enorme e fica afastado da civilização. Para chegar lá é necessário se hospedar em Maun, a cidade mais próxima, e de lá seguir para o delta em um dos Mokoros (canoas feitas de um único tronco de árvore).

O primeiro dia em Maun foi só pra descansar, Internet, etc. Também ganhei um novo parceiro de barraca já que a Liv voltou com o namorado e então eu comecei a dividir o "lar" com o Flemming.

No segundo dia fomos para o delta. A viagem no Mokoro dura 2h30, dois passageiros na canoa, bagagens e só uma pessoa remando!!!! Na verdade nem é remo, porque o delta é super raso, então o “remador” fica em pé na parte traseira do Mokoro e com um bambu vai tocando o chão e empurrando a canoa.

Assim que chegamos fomos fazer uma trilha no meio da savana, mas não vimos quase nada. Na manhã seguinte fizemos uma nova trilha super cedo e aí sim vimos girafas, wildbeest, zebras e elefantes. O legal é que a trilha é feita toda a pé, ou seja, se aparecer um leão no caminho é fechar os olhos e rezar! Nenhum leão apareceu, mas dois elefantes começaram a vir na nossa direção e tivemos que ficar parados esperando que eles não nos vissem, e de fato não viram, porque apareceu um helicóptero sobrevoando a região e os espantou. E depois, quando nem estávamos olhando, um bando de wildbeest veio correndo direto na nossa direção, mas pertinho de nós eles mudaram de rumo...admito que fiquei com medo.

Terminada a experiência em Botsuana fizemos alguns bush camps seguidos (imaginem a situação da galera sem banho) e seguimos para a Namíbia.

NAMÍBIA

Definitivamente um dos países com as paisagens mais interessantes!

Paramos rapidamente na capital (Windhoek), que foi a primeira cidade na viagem inteira que pode ser chamada de cidade, ou pelo menos do jeito que conhecemos uma: com fast foods, prédios, ruas asfaltadas, shopping, etc. Além de ser super limpa e com um estilo super alemão. Visitei os jardins do parlamento e o exterior da igreja que estava fechada. E o básico Internet, comida e banheiro.

Nossa primeira parada de verdade foi no Etosha National Park, ao norte. Fizemos um safári pelo parque dentro do caminhão mesmo...girafas, zebras, búfalos, elefantes e todos os animais que no começo são super interessantes mas depois de um mês os vendo a todo o momento são simplesmente mais um integrante da paisagem e se tornam comuns.

Perto de Etosha paramos no Cheetah Park, um acampamento cujos donos criam cheetahs (guepardos). Visitamos a casa deles e eles têm, nada mais nada menos, três deste “amáveis” bichinhos como se fossem domésticos. Pudemos tocá-los, tirar fotos e vê-los devorar pedaços de carne crua.

Também fomos até a savana onde estão os outros cheetahs, pudemos vê-los de pertinho e o alvoroço que eles fazem quando um dos donos joga um pedação de carne no meio do mato e eles têm que disputar entre si quem leva a melhor!

À noite a galera tentou bancar uma de acrobata tentando passar por debaixo dos bancos do bar sem cair no chão, uma brincadeira que um dos donos colocou na roda. É claro que eu quis participar e não, não consegui passar sem cair...e ainda por cima cai com a coluna bem no ferro do banco e raspei minha coxa na quina...acabei a noite com um corte na coxa e mais de 10 roxos espalhados (juro, não estou brincando...um deles ainda está doendo inclusive). Enfim, c’est la vie!

Terceira parada foi em Spitzkoppe, uma região com umas formações geológicas animais, muito parecidas com as da Capadócia, na Turquia. Montanhas de pedras e rochas enormes, muito legal. Fizemos uma caminhada curta até o topo de uma das montanhas, mas eu parei no meio e esperei a galera terminar, pois era muito íngrime e confesso que fiquei com medo, hehehe.

Foi também a última vez que meu grupo (eu, Jen e Gareth) teve que cozinhar pra galera, um alívio porque é um saco ter que lavar todas aquelas panelas gordurentas sem água corrente, ou seja, numa bacia que depois de 1 minuto a água já está mais suja que a panela, mas a gente fecha os olhos e finge que ta tudo ok. Que higiene!

No menu carne de Oryx e Kudu, dois animais da savana africana parecidos com antílopes, e à noite fogueira e violão.

Adendo: aff, a galera estava uma sujeira só...sem chuveiro por quase 3 dias tava todo mundo desgrenhado e quase que fedendo não fosse o frio.

Na saída de Spitzkoppe o caminão atolou numa das estradas de areia. Quando fomos avisados do acontecido ao invés de todos ficarem preocupados ficamos é felizes, afinal quantas vezes o caminhão que você está usando para viajar o continente africano atola no meio da estrada? Quase nunca, então temos que olhar pelo lado positivo e ver aí uma ótima oportunidade para fotos enquanto os outros tentam empurrar o caminhão...e claro que eu era uma das que estavam fotografando e não ajudando, hehe.

Finalmente conseguiram tirar o caminhão da areia e chegamos em Swakopmund, no litoral da Namíbia, com direito à vista do Oceano Atlântico e cheirinho de Brasil cada vez mais perto!

(continua no próximo capítulo)

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

ZimbÁAAAAAHHHHHHHbue!

Beleza, chegamos em Zimbábue, o país da ditadura do Mugabe e da água com cólera, mas também onde mais nos divertimos.

O primeiro dia no país não foi muito promissor...foi nosso primeiro dia inteirinho dentro do caminhão, o que torna as coisas meio chatas...estradas em más condições, café da manhã e almoço dentro do caminhão, inúmeras paradas para xixi e outras coisas, escutar música e ler (coisa que não conseguia fazer dentro de um carro de jeito nenhum, mas a tudo a gente se acostuma).

E pra melhorar a situação a comida foi racionada durante 3 dias e a quantidade estava pequena para cada um...eu estava com fome e ainda por cima peguei uma gripe meio pesada.

Nossa primeira parada foi em Harare, a capital. Com um pouco mais de infra-estrutura do que as outras cidades até agora, Harare tinha até prédio com mais de 5 andares!!!

O inverno africano estava começando a se fazer sentir, portanto fui atrás de uma touca e uma jaqueta. Na volta pro acampamento peguei um táxi e no final ainda tive que discutir com o taxista que queria me cobrar USD 5,00 a mais do que o combinado.

Problemas à parte, o acampamento era MUITO legal! Primeiro que tivemos um up-grade para dormir nos dormitórios de graça, e isso significa ter uma cama ao invés de barraca!!! O lugar ainda tinha zebras, leões, pássaros e ficava à beira de um lago imenso (Chaveo?).

Tivemos ainda uma festa à fantasia!!! Só que ao invés de cada um comprar a sua, fizemos uma espécie de amigo secreto e cada pessoa tinha que comprar a fantasia da pessoa que tirou e manter em segredo até o dia da festa.

Eu tirei a Sylvia (inglesa) e comprei pra ela uma calça de palhaço com suspensórios e uma blusa cinza cintilante breguíssima. E a Cat (também inglesa) me tirou...e me “presenteou” com uma fantasia de Cowgirl!!! Imaginem eu de mini-saia...tsc tsc. A festa foi ótima, fizemos poncho e todos estavam engraçadíssimos!

Nossa segunda parada no país foi no Antelope Park, uma mescla de hotel/ acampamento/ e parque nacional com inúmeros animais.

Na primeira noite o frio pegou pesado e estava muito difícil dormir confortavelmente. O saco de dormir não era o suficiente e os meus pés estavam literalmente congelados. Pelo menos uma coisa boa: o Tommy, um dinamarquês de 60 anos que sempre faz up-grade não estava mais usando o colchão dele e me deu de presente, então pelo menos as minhas costas receberam um melhor tratamento desta noite em diante.

No parque cada um fez a atividade que lhe interessava, com leoes, elefantes, cavalos, etc.

Eu, por minha vez, fiz apenas duas: lion walk e horse ride.

Lion walk, literalmente andar com leões, foi bem legal. Andamos na savana com dois leões ao nosso lado...tá certo que eram leões de menos de um ano cada, mas eram grandes como se fossem adultos!!!

Já andar a cavalo foi horrível! Meu cavalo queria trotar a toda hora e minhas costas ficaram toda dolorida, alem do fato de eu ter quase caído uma hora que ele decidiu correr...mas foi legal, vimos girafas, zebras e outros animais no lombo dos cavalos.

Ah, e eu fui até a cidade, comprei um cobertor e desde então tenho dormido quentinha!!!

Próxima parada foi em Great Zimbabwe Ruins. Antigamente foi a principal cidade do país, onde viviam os reis, escravos, etc. Mas hoje são apenas ruínas abertas aos visitantes. Foi quase como estar de novo em Angkor Wat, mas claro que era BEM menor e não tão glamouroso como as ruinas cambojanas.

Uma coisa que me surpreendeu: o rei tinha 200 mulheres! Agora uma questão: como ele dava conta de todas???

Enfim, próxima parada: Bulawayo.

Paramos nesta cidade exclusivamente para fazer um passeio para ver rinocerontes, mas eu não estava nem um pouco afim e estava tão frio que eu e mais umas 10 pessoas decidimos nao ir e ficar no acampamento, o que se revelou a melhor decisão de todas!!!

Primeiro porque todo mundo que foi no passeio acabou não vendo nenhum rinoceronte e segundo porque o acampamento tinha uma seção que era praticamente uma casa de vó, ou seja, aconchegante, com cozinha, sala e video cassete...onde assistimos Rocky III, pedimos pizza pelo telefone e fizemos up-grade para um quarto quentinho com cobertor quadriculado e tudo!!! Que luxo!

Última parada em Zimbábue: Victoria Falls!

Acordei toda enjoada...na noite anterior minhas costas ainda estavam doendo da caminhada a cavalo e o Tommy, que é massoterapeuta, me deu um remédio dizendo que no dia seguinte eu estaria melhor. Tomei o remédio e deu que no dia seguinte eu acoredei toda estranha, com fraqueza e vomitando. Quando eu questionei que raio de remédio ele tinha me dado ele diz, na maior tranqüilidade, que era um remédio à base de morfina!!!

O resultado foi que nas 6 horas de viagem até Victoria Falls eu fui deitada no caminhado igual uma moribunda, mas no dia seguinte já estava melhor.

No dia seguinte eu, Imogen, Ben, Mike, Michelle (todos ingleses), Flemming (dinamarquês), Leah, Jen e Sharon (americanas) fizemos o full adrenaline day, ou seja, um dia inteirinho dedicado a quase morrer!

Eram várias atividades. Começamos pelo Flying Fox, onde você é amarrado na cintura e tem que pular de uma plataforma onde imediatamente você é suspenso por cordas e suas pernas e braços ficam estendidos, como se você estivesse voando. Nao há nenhuma queda livre envolvida, mas só o fato de correr e saltar na beira de um penhasco simplesmente me aterrorizou e, na minha vez, quando o instrutor contou até 3 eu fiquei ali, paradona...tendo quase que ser arrastada para poder pular.

A segunda atividade era o Zip Line. Foi bem engracado. A gente sentava numa cadeira que era presa por umas cordas e do nada o cara soltava as cordas e ai você ia MUITO rápido ate o fim do penhasco gritando e sentindo aquele friozinha na barriga.

Na minha vez o instrutor pediu que eu virasse um pouco nas cordas...quando eu estava totalmente de costas para a queda e percebi que não era nenhum procedimento padrão eu disse que não queria ir de costas, mas não adiantou, ele me soltou e lá se foi uma Juliana!

A terceira atividade e a mais legal de todas foi Gorge Swing.

É quase igual ao Sky Coster do Hopi Hari, você está ligado a uma corda e se joga, literalmente, de uma queda livre de 70m gritando sem parar ate que a tal corda se faz presente e te joga de um lado pro outro como se fosse um pêndulo....a sensação é muito boa!!!

A quarta, última e mais aterrorizantes das atividades foi Rapel...tá, tá bom, eu sei que parece fácil...mas não gosto do fato de ter uma tremenda fossa embaixo de mim e ter que descer aos pouquinhos! Quando fiz rock climbing na Tailândia eu fiquei tão amedrontada que jurei que nunca mais ficaria pendurada numa rocha...mas acho que esqueci e lá estava eu de novo, quase cagando nas calças. Juro que quase chorei de medo!

Depois de passado esta fase difícil da minha vida (rsrsr) ainda tínhamos tempo para repetir uma das atividades e claro que escolhi Gorge Swing! É muito boa a sensação de estar caindo!!!!!

À noite jantamos em um outro acampamento próximo do nosso onde estava tendo uma apresentação de dança local...não é que um dos dançarinos me puxa pela mão e me põe pra dançar!!!

Lá estava eu, tentando acompanhar o ritmo frenético dos africanos, e pior: tentando rebolar!!!

No fim das contas toda a galera veio me dizer que eu arrasei na dança, que óbvio não dançei melhor que os locais, mas que coloquei todos os outros gringos no chinelo!

É por isso que gosto de gringo. Eles vêem você mecher um pouco a cintura e acham que você está dançando super bem quando qualquer brasileiro que se preze ia no mínimo achar lastimável a minha dança!

No dia seguinte fui logo de manhã cedo visitar as cataratas Victoria com a Sharon, minha companheira de barraca. Nem há palavras pra descrever o que eu vi. Logo no começo vimos um imenso arco-íris de tirar o fôlego, depois, caminhando mais adiate, vimos diferentes ângulos das cataratas que deixaram a gente sem palavras. É impressionante o quão pequenos nos sentimos diante da grandeza da natureza.

É igualmente impressionante o quanto uma catarata pode te deixar ensopada! Sério, sé de andar próximo a ela ficamos inteiramente molhadas com o vapor que vinha lá de baixo.

Depois das cataratas me despedi da Sharon, que terminava sua viagem por aqui e retornava a Boston.

À tarde, depois do almoco, me dirigi até a ponte que cruza o rio Zambezi, na fronteira do Zimbabwe e da Zambia, mas não estava indo até la para cruzar as fronteiras entre os dois paises não. Estava indo lá porque ali fica o 3º mais alto Bung Jump do mundo (111m) e eu estava prestes a pular!

Fazer um pulo com duas pessoas era mais barato, então eu e a Lucy (indonesiana) decidimos que pularíamos juntas.

Na hora do pulo a Lucy estava chorando, de verdade! Ela estava tão assustada que nem cabia em si...eu por minha vez estava um pouco mais calma...por ter feito o Gorge Swing um dia antes achei que seria a mesma coisa, mas quando chegou a nossa vez de verdade e tivemos que sentar ali no banquinho para que o instrutor nos amarrasse aí sim veio a sensacao estranha.

Enquanto ele amarrava os nossos pés em volta de umas toalhas a gente ficava cada vez mais nervosas, e o clímax foi quando ele pediu que a gente levantasse e se dirigisse até a borda da plataforma! 111m diante da gente, um abismo que parecia eterno, sem fim, e a gente ali, tendo que pular!

La vamos nóóóóóóóóósssssss!!!!!!!!!!!

Pulamos. E devo dizer que não gostei...não é só a queda livre, tem tambem o fato de você estar pulando com os pés presos e sendo assim sua cabeça fica para baixo o tempo todo e isso acarreta numa imensa pressão na mesma. A pressão é tão grande que parece que a cabeça vai explodir, e ainda para melhorar o quadro o seus pés parecem estar escapando das toalhas que os prendem...ou seja, a sensação de cabeça explodindo e pés escapando e você caindo no abismo não é legal!

Primeira e única vez que faço isso. Estou contente por ser um dos 3 mais altos do mundo e por ter encarado.

Ah, a Imogen (inglesa) e a Aoife (irlandesa) também fizeram um pulo juntas, só que vestindo as fantasias da festa!!! A primeira de cantora do Abba e a segunda de canguru!

Antes de sairmos do Zimbábue tivemos que dar tchau a 4 dos nossos companheiros de viagen: Sharon,Vicky,Tommy e Rachel....e ao mesmo tempo recebemos 4 novas pessoas (2 casais): Gareth e Shibon (ingleses) e Liz (inglesa) e Ligaya (filipina).

E eu, tendo perdido minha companheira de barraca, comecei entao a dividir a mesma com a israelense Liv, que terminou com o namorado no meio da viagem e precisava arranjar outra barraca...que novela, hein!

Nosso próximo pais: Botsuana.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

TANZÂNIA, MALÁUI E UM POUQUINHO DE PORTUGUÊS

Antes de embarcar para Zanzibar paramos em Dar Es Salaam, capital da Tanzânia, para uma noite à beira-mar em Makadi Beach.

No dia seguinte saímos cedo para Zanzibar e para chegar lá tivemos que pegar uma balsa de 3 horas. Que martírio!!!! A balsa balançava para todos os lados, para cima e para baixo e meu estômago não estava gostando muito disso...felizmente consegui pegar no sono e enganar o enjôo.

O lugar onde ficamos hospedados era enorme! Estrutura toda de madeira na beira da praia. Lindo! O serviço no restaurante por sua vez era péssimo, mais lerdo impossível...mas depois pude perceber que isso é comum na África como um todo.

E pela primeira vez cama! Quanta mordomia!

Nos 3 dias que passamos por lá nada muito extraordinário para se fazer. Alguns fizeram mergulho ou snorkeling, eu, vindo direto de uma maratona destes esportes na Ásia só quis saber de ficar esticada na praia!

Ah, e ainda tivemos uma Full Moon Party. Mas esta bem diferente da versão tailandesa. Melhor!

Uma mistura de locais e gringos (não tão bobos como os da festa original), um show de acrobacia e música e bebida boa, com direito até à brasileiríssima caipirinha, feita com 51 de verdade!

Mas tudo que é bom dura pouco. Tivemos que dar tchau à praia e às camas e voltar numa balsa muito mais agitada do que a ida que desta vez me derrubou, literalmente, fazendo com que eu deitasse no chão para que não vomitasse.

Antes de entramos no Maláui tivemos ainda nossa primeira noite de bush camp, ou seja, de acampamento no meio do nada mesmo, literalmente nos arbustos ao lado da estrada.

Basicamente um bush camp funciona assim: chegamos um pouco antes do anoitecer, montamos as barracas, quem estiver encarregado de cozinhar no dia cozinha, jantamos e vamos para a cama super cedo, afinal não há luz elétrica e não resta muito que fazer na escuridão da noite africana. E pra dar um toque especial a esta noite eu tive febre e fiquei praticamente inválida dentro da barraca.

Obs: repararam que eu não mencionei a palavra banho, né? Bom, não precisa de muita cuca pra perceber que se estamos no meio do nada chuveiro não existe e, portanto, um dia sem banho para todo mundo!

Nossa primeira parada no Maláui foi a vila de Chitimba, à beira do lago Maláui, tão grande que o que se vê é o horizonte e não a outra margem do lago. Parece o mar.

Em Chitimba, além de finalmente fazer algum exercício físico jogando volley (meu time perdeu), eu e mais 4 (Flemming, Cheryl, Ireen e Sharon) fizemos um passeio pela vila local. Visitamos primeiro a escola, muito precária, com salas de aula decadentes e sem energia elétrica. E pra piorar o cenário não há banheiro, apenas buracos no solo cercado de uma “parede” de palha. E é dever dos alunos manter os “banheiros” limpos, então muitos deles estavam lá com pás e enxadas limpando os respectivos.

Depois da escola visitamos o centro médico que, imaginem, sem energia elétrica é no mínimo uma piada. Claro que eles fazem o possível para ajudar as pessoas que necessitam, mas sem nenhuma aparelhagem e dinheiro fica difícil. Grande parte da ajuda monetária recebida vai para a compra de parafina, usada para manter as geladeiras funcionando e deste modo evitar que os medicamentos e vacinas percam a eficácia. Nem sempre conseguem. Triste.

Deixando tristeza de lado, a nossa última visita na vila foi pra lá de engraçada. Nada mais nada menos que um bruxo! Ou witch doctor, ou o que eu acho que no Brasil seria um curandeiro.

Entramos todos na casa dele, um casebre bem simples de barro. Sentamos no chão e aguardamos enquanto outros dois locais tocavam tambor para sua entrada triunfante. De repente ele aparece, um negão com um rosto chupado, um vestido verde feito de trapo, uma cruz vermelha estampada e uns metais enrolados na cintura e nos tornozelos.

E começa a dança, ou que deveria ser uma dança, porque na verdade é um chacoalhado esquisito, cheio de chilique, parece até que o curandeiro está recebendo milhões de espíritos ao mesmo tempo. E ele tem uma mini vassourinha na mão que vai espanando os ombros e ai ele oferece a vassoura pra mim e é pra eu ir dançar com ele! E por que não? Aí vou eu!

Chacoalha de cá, chacoalha dali, remexe e grita! Sim, grita! Porque o bruxo do nada pára, olha fixamente pra você e faz: buuuuu. E você tem que fazer o mesmo...e a dança continua.

E assim foi com os outros 4, até que a dança acabou e aí era a hora das profecias! Pois claro, bruxo que se preze tem que prever futuro.

E claro que era tudo uma baboseira, porque ele disse praticamente as mesmas coisas para todos, mas enfim, a minha foi:

- Eu gosto de conversar e as pessoas de conversar comigo!
- Obterei sucesso profissional.
- Terei dois filhos. Um casal.
- Casarei antes dos 70!!! (que promissor, hein!)

Bom, bruxos a parte o passeio valeu a pena e durante todo o percurso fomos seguidos por crianças locais super fofas, querendo segurar nossas mãos a todo o momento e tirar fotos!

De Chitimba fomos para Kande Beach, outra vila à beira do lago.

Em Kande algo bem chato aconteceu, minha companheira de barraca (Sharon) foi ao banheiro no meio da noite e eu fiquei dormindo...de repente eu escuto o zíper da barraca abrir e penso ser ela, mas na verdade era um tremendo de um mão leve, que rapidinho puxou as duas mochilas dela e as roubou!

Sim, inacreditável, aconteceu enquanto eu ainda estava ali dentro, dormindo...mas infelizmente esta também é uma das faces da África. Passou passou, não se fala mais nisso.

Ainda em Kande Beach o guia e motorista da nossa viagem cismaram em fazer dois porcos no espeto. Os coitados vieram vivos de manhã e apareceram mortos duas hora depois, prontos para serem colocados sobre brasa! No fim das contas nem saboroso estava!

No dia seguinte cozinhei na areia e nadei no lago. Tinha uma ilha no meio que todo mundo dizia: não nade até lá, a correnteza é muito forte! Pra que dizer isso? Só pra instigar a vontade de ir...consegui um comparsa pra nadar comigo até a ilha, o alemão Ralph. Sim, a correnteza era forte, mas chegamos lá, 1,5km de nado e um sentimento de vitória! Ah, nadar é o único esporte que eu posso dizer que realmente gosto.

Na nossa última noite em Kande Beach fomos até a vila para um jantar local no fundo de uma das casas locais. A maioria da galera achou o jantar regular, mas eu me deliciei. Começamos com uma sopa que estava boa, mas aí sim veio o grande prato. O que foi regular para os outros foi para mim “o” jantar: arroz, feijão e couve! O que mais uma brasileira pode pedir? Comer comida brasileira (ou devo dizer africana?) no solo das nossas origens e sentir o gostinho de casa não tem preço!

O jantar foi seguido por uma apresentação de dança das crianças locais. Olha, se o funk e o axé não vieram daqui eu não sei de onde vieram. Como essas crianças rebolam, meu Deus! E num ritmo pra lá de brasileiro!

Começo a acreditar que os mapas estão errados e que não há um oceano entre a gente. A Pangéia ainda existe e o Brasil continua, definitivamente, grudado na África!

Última parada em Maláui foi a capital Lilongwe.

Cidade bem pobre, com quase nada. Tudo o que fiz: compras no mercado, Internet, correio e troca de dinheiro. Nada mais pra fazer.

Pra ir do Maláui pro Zimbábue tivemos que cruzar Moçambique. Uma pena que nosso único país de idioma português só nos viu por uma única noite.

Pra falar a verdade fiquei feliz que foi só uma noite, pois para cruzar a fronteia eles foram tão burocráticos, se fizeram de difícil, como se tivessem o rei na barriga. E ainda tive que pagar meu visto de novo! Então decidi que era melhor não ficar num país onde as pessoas se portavam deste jeito.

Nossa única noite em Moçambique foi novamente um bush camp. E a saída do país foi igualmente burocrática, cheia de dor de cabeça e espera daqui espera de lá. No final das contas 3 horas para deixarmos o país! Deus dá-me paciência.

A única coisa que valeu a pena em Moçambique: o primeiro céu totalmente estrelado que vimos. Simplesmente lindo!

domingo, 5 de julho de 2009

De um continente ao outro!

Cheguei em Hong Kong tarde da noite pra encontrar um albergue num prédio de natureza meio duvidosa, cheio de indianos tentando vender coisas, com os corredores cheirando a mofo e com uma velha na recepção meio grossa de mais pro meu gosto.

Com esta receptividade toda e com a perda da Silvão como minha companheira de viagem minhas primeiras horas em Hong Kong não foram muito promissoras. Andei pela Nathan Road, uma avenida com lojas, shoppings e parques. Parei no Kowloon Park pra ver os velhos praticando Tai Chi Chuan (?) e a noite fui me encontrar com a Janet, uma amiga do navio que mora em HK.

O encontro foi bem divertido. É bom encontrar alguém que fez parte de algo que ninguém em casa entende. Depois do jantar encontramos a Way Ip, outra amiga que estava de passagem em HK a caminho de Pequim. Fomos a uma casa de chá e pusemos o papo em dia.

No dia seguinte encontrei a Janet pro almoço no SoHo, um bairro estilosinho de HK, com bares descolados, restaurantes chiques, galerias de arte, etc. Óbvio que fomos num restaurante super local, com preços baratos, mas pra compensar a comida era bem desafiadora...não consegui encarar muito não!

Fui ainda até uma outra ilha de HK para visitar a estátua do Buda de bronze, a maior do mundo exposta ao ar livre. Por fim fui até o The Peak, o ponto mais alto da cidade onde se tem vistas da baía toda iluminada lá embaixo. Bem legal.

No meu último dia em HK e também na Ásia encontrei a Janet para um almoço rápido e, antes de ir pro aeroporto, dei um passeio pela região do porto. Fiquei sentada olhando a baía e os navios por uns belos 40-50 minutos.

Há 2 anos atrás eu nem imaginava ir até a Ásia, não imaginava rodar o mundo a bordo de um navio, não imaginava que teria que ir até este exato porto para o qual estava olhando agora pra pegar este navio, não imaginava que iria aprender tanto, conhecer tantas pessoas, ouvir tantas histórias, dar valor à coisas que eu nem sabia que me eram importantes, etc.

Há pouco mais de um ano, quando voltei ao Brasil, eu nunca imaginei que hoje estaria aqui de novo, olhando pro mesmo lugar onde tudo começou. Nunca imaginei que estaria de volta aqui, fazendo outra viagem ao redor do mundo, aprendendo muitas outras coisas novas, conhecendo mais pessoas, vivenciando outras experiências e assim por diante.

E a vida é surpreendente exatamente por isso: não adianta querer planejar muito, ela vai dar um jeito de fazer com que tudo ocorra diferente do esperado...e às vezes este diferente é muito melhor do que o esperado, e aí a gente vê beleza, a gente sente gratidão, realização, felicidade e uma imensa benção por, por algum motivo, você ter a sorte de poder fazer tudo isso.

Obrigada. Obrigada a Deus, aos cosmos, à natureza, ou seja lá o que quer que seja que quis que eu vivenciasse tudo isso agora. Obrigada aos meus pais por me proporcionarem esta experiência, mas especialmente por me incentivarem e não me acharem uma doida varrida.


ÁFRICA


No avião a caminho da África eu já conseguia sentir...sentir aquele cheirinho de Brasil. Da minha terra, meus amigos e minha família cada vez mais pertinho de mim! Mas antes eu tinha que dar uma descida na África pra mais 2 meses de viagem.

Cheguei em Nairóbi, Quênia, já tarde da noite e fui direto pro hotel onde conheci a Sharon, uma professora de 4ª série, americana, 39 anos que acabou se tornando a minha companheira de barraca.

Cedinho no dia seguinte conhecemos os outros integrantes deste grupo de viajantes que no mínimo tem que ter um pino a menos pra sair acampando pelo continente africano! 24 pessoas + o guia + o motorista. O grupo se deu bem logo de cara, o que facilita e ajuda a amenizar a saudades de casa.

Depois de feitas as apresentações caímos na estrada...literalmente! Um dia inteiro dentro do caminhão que nos levou do Quênia até a Tanzânia, mais precisamente até a cidade de Arusha, onde eu acampei pela primeira vez!

Observações: Montar uma barraca é muito mais fácil do que eu imaginava. Ter apenas um saco de dormir e nenhum colchão é muito mais dolorido do que eu imaginava. A sensação de estar acampando no meio da África é inexplicável!

No dia seguinte eu e a Sharon fomos até o centro de Arusha com transporte público, praticamente igual às lotações de São Paulo, mas muito mais apertadas e com muito mais gente (dá pra imaginar!?).

Rodamos um pouco pela cidade, que é bem pobre e voltamos pro acampamento no mesmo tipo de transporte, mas desta vez carregando crianças no colo! É que entrou essa mulher com 3 filhos e já não tinha mais espaço pra sentar, então eles colocam as crianças nos colos dos estranhos pra que elas não viagem em pé...e eu também entrei na dança e acabei por segurar uma delas. Ah, e ainda recebi proposta de casamento do cobrador e tudo, hahaha.

À tarde partimos para fazer safári no Ngorongoro Crater, uma cratera gigantesca de um extinto vulcão que hoje serve de habitat para uma diversidade de animais. Vimos zebras, gazelas, leões, hienas, búfalos e muitos outros, todos bem pertinho. Fomos também até o Serengeti, uma parque nacional famoso aqui na Tanzânia também pela diversidade da sua fauna.

Acampar no Serengeti foi uma experiência à parte, pois o acampamento não é isolado da natureza, ou seja, os animais vagam livremente pelas barracas! E assim mesmo aconteceu: antes de irmos dormir tinha um elefante enorme rondando a gente e ao amanhecer 4 girafas para nos dar bom dia!

Observações: Ir ao banheiro no meio da noite nem pensar, a menos que você queira correr o risco de ser atacado por uma hiena. Comida dentro da barraca também é inviável, a menos que você queira fazer uma super recepção para algum leão que eventualmente vai visitar a sua barraca durante a madrugada em busca dessa comidinha escondida...que faro, hein!

Próxima parada: Zanzibar, uma ilha da Tanzânia com areias brancas e águas azuis.

Pra chegar: Quase dois dias inteiros de estrada. E haja bunda pra aguentar ficar sentada enquanto o caminhão vai passando pelos intermináveis buracos das estradas africanas.

E as necessidades fisiológicas? Bom, essas são feitas agachadinha mesmo, na beira da estrada, basta apertar uma campainha dentro do caminhão pra informar que você está necessitada de uma paradinha básica.

Ah, e finalmente consegui descolar com o guia um colchão inflável meio vagabundo, tão fino que tenho que dobrá-lo na metade pra evitar que meu tronco toque o chão, mas já é um progresso. Melhor isso do que nada.

E vamos que vamos!

terça-feira, 23 de junho de 2009

Um mês abreviado!

Milhões de anos depois e deixada a preguiça de lado eu resolvo escrever novamente!

Mas já que tem tanta coisa acumulada e eu não quero deixar isso aqui parecendo uma bíblia (o que provavelmente vai acontecer novamente) vou tentar dar ênfase só nos highlights da últimas semanas!

Bom, em Krabi pegamos dias péssimos de chuva e quase não rolou praia.

Pontos altos: fizemos amizade com um advogado de direitos humanos da ONU e fiz rock climbing!

E no momento que estava lá em cima na pedreira, com as minhas mãos tremendo, meus pés quase escorregando e olhando pra baixo foi que caiu a ficha: "que diabos eu estou fazendo aqui??!!"

Confesso que me deu um medinho de fazer isso, mas que valeu muito a pena. Tive um sentimento bem parecido quando estava no topo da Sagrada Família (Barcelona), aquele misto de medo e de se sentir idiota, pois apesar de parecer que você vai cair a qualquer momento no fundo você está segura.

De Krabi fizemos uma escala de uma noite em Hat Yai, no sul da Tailândia, de onde pegamos o trem noturno para a Malásia!

A viagem de trem foi sossegada, com a exceção de que neste dia eu percebi que havia sido roubada em um dos hotéis na Tailândia: USD 675,00!

Mas a vida segue e pelos menos não foram os USD 1.000,00 que eu tinha pensado que era antes.

Com alguns dólares a menos na carteira fomos parar em Kuala Lumpur, capital malaia.

Era quase impossível de acreditar que a Ásia pudesse ser tão barata...quando eu estava prestes a acreditar a gente chega na Malásia, vê que a exceção existe e nos vemos obrigadas a comer sempre no McDonalds pra salvar uma grana.

De maneira que acabamos visitando o país com alguns kilos a mais...pelo menos na consciência, hehehe.

A Malásia foi o país de que menos gostei na Ásia. Para começar nem é tao bonita, pelo menos os lugares que visitamos, e ainda por cima se trata de um país muçulmano, o que deixa uma mulher muito desconfortável na hora de andar na rua, principalmente se o calor infernal faz você derreter e mesmo assim você tem que cobrir joelhos e ombros pra não chamar a atenção dos homens.

Devo ser justa porém com os muçulmanos já que 95% das vezes que algum homem mexia com nós eles eram indianos.

Cada vez mais me convenço que este povo não consegue manter as partes dentro das calças! São tão caras de pau que dá até saudade das cantadas dos pedreiros brasileiros.

Em Kuala Lumpur fiz o básicão turista: visitei e subi nas torres gêmeas, ficamos hospedadas em Chinatown, visitei algumas mesquitas e até aprendi mais sobre o islamismo com um neo-zeladês que conheci em uma das mesquitas que tinha se convertido. E como a cidade não oferece muitas atrações acabamos matando a saudades do cinema e assistimos a 3 filmes!

Ainda reencontramos o Paras, aquele inglês que fizemos amizade no Vietnã! Saímos pra jantar e nesse dia vi uma coisa muito diferente: chegou para jantar um casal muçulmano, ela de burca e ele normal. Se sentam na mesa e o garçom os isola com uma porta camarão que dá a volta na mesa inteira. Sabe para quê? Para que ninguém veja o rosto dela quanto ela estiver comendo! Façam seus próprios julgamentos.

Na Malásia fomos ainda para Taman Negara e para Cameron Highlands.

Taman Negara é uma floresta tropical onde fizemos trekking e constatamos que precisamos urgente de alguma atividade física quando voltarmos ao Brasil! Meu Deus do céu, não pode ser tão difícil assim caminhar 3km de subida mata adentro!

Em Cameron Highlands nos sentimos em uma excursão da terceira idade. O lugar é muito bonito, nas montanhas, um friozinho (graças a Deus!) e um charminho alemão nas ruas, mas é um destino muito pra velhos, quase uma festa das flores do interior de São Paulo! Mas valeu a pena pra conhecer as plantações de chá pelas quais a região é tão famosa: são lindíssimas!

Próximo destino: uma semana em Bali!

Logo na chegada, ainda no aeroporto, conhecemos dois brasileiros que tinham ido pra ilha pra surfar. O Carlo (paulista) e o Rodrigo (baiano). Aproveitamos e já os convidamos para comemorar o aniversário da Silvão que seria em 2 dias.

Pra resumir a semana: Fizemos aula de surfe e nos sentimos o máximo. No dia seguinte alugamos uma prancha por nossa conta na praia e nos sentimos um lixo ao perceber que ainda não somos boas, hahahaha.

Conhecemos dois sessentões argentinos (Álvaro e Rogélio) que se mostraram uns coroas muito legais e sem nenhuma segunda intenção para conosco, juro. Resultado: foram nossa cia de jantares e conversas durante a nossa semana inteira.

Fomos também ver o Carlo e o Rodrigo surfarem em Uluwatu, uma praia só pra profissional, então eu e a Silvão nem nos atrevemos a entrar na água, hahaha, ficamos só admirando mesmo e visitando um templo que tem em uma montanha, com uma vista incrível lá da praia!

Comemoramos as primaveras da Silvão em um restaurante chiquérrimo e depois num bar, seguido de uma balada e pra finalizar uma pizza no meio da madrugada. Tudo isso com nossos novos amigos brazucas e nossos queridos sessentões.

Ainda fizemos um day tour pela ilha, onde vistamos uma floresta de macacos, asisstimos um show de dança/ teatro balinês e fomos até o maior vulcão de Bali!

E pra finalizar com chave de ouro ainda comemos feijoada e coxinha num restaurante brasileiríssimo!

Mas infelizmente tudo chega a um fim e tivemos que ir pra Bangkok, nosso último destino viajando juntas =(

Ao chegar em Bangkok fomos logo ao estúdio de tatuagem fazer as nossas, pelas quais esperamos pacientemente durante estes 4 meses!

A Silvão fez a palavra liberdade em letras tailandesas, nas costas. E eu fiz uma flor vermelha e verde em estilo tribal no ombro esquerdo. E doeu pra caramba! Mas eu gostei demais também!

Ainda em Bangkok piramos nas compras de camisetas com estampas malucas na Khaosan Road, visitamos alguns templos, vimos o Buda reclinado de 45m de comprimento e almoçamos com o Danny, o advogado da Onu que reencontramos na cidade.

Ainda demos uma escapadinha de um dia para Ayuthaya, antiga capital do reino de Sião, onde vimos bastante ruínas e coisas velhas. De bicicleta!

E, enfim, nos separamos...

Silvão continua em Bangkok, a caminho da Europa, e eu estou em Hong Kong, me preparando pra ir pra África.

E depois de 4 meses dá um sentimento de fim de namoro. A gente sempre juntas, rindo das esquisitices que nos apareciam no caminho, entrando nas mesmas roubadas, fazendo fofoca alheia, lembrando do Brasil, vivendo grudadas durante tanto tempo, dividindo a mesma cama e até mesmo brigando às vezes.

E, de repente, cada uma segue o seu caminho e o sentimento é estranho. E é estranho pensar que ainda faltam 2 meses de viagem, de coisas novas, de lugares novos e pessoas novas, mas que minha velha companheira não estará mais presente!

(Silvão, te vejo no Brasil, já estou com saudades! Arrase por mim na Europa!)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Vida dura!

Vamos lá com o apanhado dos últimos acontecimentos em praias tailandesas.

Os últimos dias em Koh Tao para mim foram sossegados, acabei ficando sozinha enquanto esperava o término do curso de mergulho da Sílvia. Em um destes dias de solidão, caminhando pela praia, conheci dois gringos, o Tony (americano) e o Stephan (austríaco), que estavam procurando um lugar mais adequado do que as águas rasas de Hat Sai Ri para a prática de snorkeling.

Eu disse que eles tinham que ir mais para o fundo do mar ou então para a ilhazinha que ficava ali pertinho, para a qual eu também queria ir. Mas óbvio, como todo mochileiro, achamos que pagar USD 3,00 para um barco nos levar até lá era muito caro quando a ilha parecia tão perto.

Então decidimos ir nadando. Quanta esperteza!

Depois do que pareceu uma infinidade nadando em alto mar (02h00 ou 2,5km) finalmente chegamos à ilha...cansados e com os olhos ardendo pra caramba. Pelo menos os meus estavam...eu não tinha uma máscara e tive que nadar com os olhos abertos durante todo o percurso.

Bom, a experiência foi interessante e me deu alguns novos pequenos cortes pra variar.

De Koh Tao seguimos para Phuket, do outro lado da península tailandesa. Fomos em um barco noturno que pelo amor de Deus! Mais desconforto impossível com tamanho aperto, e ainda por cima choveu durante a noite e bem a janela em cima das nossas cabeças não fechava!

Em Phuket a praia mais famosa é Patong, onde rola toda a vida noturna, os shoppings centers, fast-foods, etc...mas desta vez, ao invés de ficarmos no meio da muvuca, resolvemos ficar em uma praia mais calma e fomos para Kata, duas praias abaixo de Patong.

A escolha foi sábia! Kata se mostrou a praia mais bonita que visitamos em Phuket, enquanto Patong tinha uma água suja e marrom, nada muito diferente do litoral sul paulista.

Os dias em Phuket ficaram um pouco fechados e inclusive no dia que fomos passar o dia em Karon (a praia entre Kata e Patong) ficamos em baixo de chuva o tempo inteiro. Mas faroreiro em viagem que se preze vai pra praia até debaixo de temporal. Fizemos até castelinho de areia, com bandeirinha e tudo!

Fizemos também um passeio até a James Bond Island, uma ilha em Phang-Nga (norte de Phuket) onde foram filmadas algumas cenas do filme “ 007 – The man with the golden gun”. Visitamos não só a ilha, mas também fizemos caiaque pelas redondezas e andamos de elefante. Eu até recebi uma massagem de um deles em um show de talentos elefantíacos!

Em Phuket foi praticamente isso, depois nos mandamos para a famosa e paradisíaca Koh Phi Phi, a ilha mais visitada do sul do país e onde foram filmadas as cenas do filme “A Praia”, com o Leonardo DiCaprio.

Koh Phi Phi realmente é tão bonita como a Internet, as revistas e a televisão mostram. Areias brancas e água azul-transparente, um lugar para se admirar!

Em Phi Phi fomos até uma praia (Long Beach) através de uma trilha no meio do mato que ia beirando a costa marítima. Só o visual já valeu a pena, mas a praia em si também era linda! Sem contar umas rochas com um pequeno pedaço de areia no caminho que paramos para dar uma nadada. Era como se fosse uma pequena praia deserta, entre as águas de um mar verde esmeralda e a mata. Perfeita. E a água ainda por cima tinha “fundura”, dava pra nadar e tudo!

O interessante foi que, na volta da trilha, esta mesma água com “fundura” não estava mais lá....no lugar dela estava um monte de areia que se estendia lá pra dentro pra finalmente encontrar um mar raso e sem graça.

Um intervalo de apenas 03h00 entre a nossa ida e nossa volta foi o suficiente para a ação da maré. O mar se recolheu de uma forma incrível, tão rapidamente, deixando tudo o que estava debaixo d’água a olho nu, que até brinquei que devia ser um Tsunami se aproximando. Impressionante a natureza!

Visitamos também o View Point de Phi Phi, lá no topo da montanha, onde se vê Phi Phi lá embaixo, mais pequena do que já é. Um lugar para verdadeiros atletas...o que definitivamente não é o nosso caso. Chegamos lá em cima esbaforidas, pondo as tripas para fora, suadas e cheias de picadas de mosquitos! E eu ainda com um corte no dedo do pé de ter pisado numa rocha dentro do mar (que novidade, eu me machucando outra vez!).

Obviamente não podíamos deixar de ir ao local mais famoso: Maya Bay. Lá mesmo, a famosa praia do filme! Mas devo dizer que foi decepcionante...chegamos lá pelas 16h00, ou seja, bem na maré baixa e a praia estava exatamente como a outra que descrevi há pouco: rasa, quente e sem muita beleza.

E eu achando que ia nadar horrores igual ao Leo no filme. Tsc, tsc, não desta vez!

Mas o passeio em si que fizemos para visitar esta praia foi muito bom! Passamos por outras partes da ilha também, vimos macacos e fizemos snorkeling. Ah, e é claro que machuquei o joelho em um coral, não podia ser diferente!

Foi também neste passeio que fomos até uma ilhinha chamada Bamboo Islands, para mim a praia mais sensacional até agora (depois vejam nas fotos).

Estamos agora em Krabi, nosso último destino na Tailândia antes de seguirmos para a Malásia. Para quem não sabe este país não estava no nosso roteiro inicial, mas mudamos um pouco os planos e agora iremos fazer trekking em uma floresta malaia, seguiremos para Kuala Lumpur e depois vamos para a Meca dos surfistas: Bali, lá na Indonésia.

E é por isso que eu sempre digo pra Silvão: que vida difícil essa nossa. É dura demais!