sexta-feira, 24 de abril de 2009

Costume vietnamita!

Quando falei sobre as cidades que passamos até agora esqueci de comentar sobre um costume muito peculiar do povo local, ou pelo menos dos vendedores de Nha Trang, onde isso nos aconteceu.

É super comum você, turista, estar na praia e vendedores ambulantes oferecerem coisas para você comprar, certo? Pois é, em Nha Trang isso também acontece, mas com um pequeno detalhe: eles "interagem" de verdade com você!

Quer um óculos escuro? (Fazem a pergunta tocando no seu ombro, sentando na sua cadeira e puxando o maior papo!)

Quer uma fruta? (Cuidado pra não olhar pro lado enquanto eles falam com você, ou senão você vai levar um tapão! Aconteceu com a Sílvia, ela virou pra falar comigo e a mulher deu-lhe um tapão na perna, hahaha. Segura este tapa, Silvão!)

Mas a melhor foi:

Quer uma massagem? (Umas tias que fazem massagem em plena praia, já chegam te apalpando, colocando as mãos no seu pescoço e começando a apertar. Pra se livrar delas é um martírio. Elas simplesmente se recusam a ir embora. Teve uma até que acho que estava meio doida, começou a dar altas risadas e falar umas coisas totalmente sem nexo!)

Enfim, este é o Vietnam! E é adorável!

Sorte ou Revés!

Quem quer que esteja botando olho gordo em mim, por favor pare! Sério, nunca fui tão zicada.
Elencando tudo o que me aconteceu nestes 2 primeiros meses de viagem, vejam se eu tenho ou não razão:

1º: logo que cheguei aqui, depois de ter viajado 10h de trem ao sair do mesmo minha perna foi direto para o vão entre o trem e a plataforma! Detalhe: estava segurando duas malas e, segundo a Sílvia, a queda foi em câmera lenta, o que a tornou muito mais engraçada.
2º: ainda na primeira semana bati a cabeça com força em uma pilastra. Resultado: um galo na testa!
3º: assim que nos mudamos pra vila peguei infecção urinária!
4º: ainda na vila, fomos visitar uma cachoeira e pisei em falso no meio das rochas. Minha perna foi lá pro fundo e podia ter quebrado, mas fez só uns arranhões.
5º: na mesma cachoeira, ao tentar passar por uma pequena correnteza, me desequilibrei a a água foi me levando até que eu conseguisse segurar em uma rocha e parar, mas não antes de machucar o joelho!
6º: Peguei um resfriado chatíssimo logo depois do voluntário, no início da viagem em si.
7º: Já no Vietnam, andando na rua, topei o dedão numa pedra da calçada.
8º: Em Nha Trang escorreguei na escada do hotel e deslizei para o chão. Fui me apoiar com a mão e torci o dedão da mão, que inchou e ainda está doendo.
9º: Mais tarde, ao sair da piscina, escorreguei no chão molhado e levei um puta tombo que fez uma pequena ferida no meu dedão do pé.
10º: Em Saigon, ao sair de uma loja da Adidas, por pouco não levo o maior tombão nas escadas!

Acho que já foi o suficiente, hein? Então, macumbeiro de plantão, pode parar com o mal olhado!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Odisséia vietnamita!

Não é nada engraçado ser uma pessoa alta na Ásia! Nunca achei que fosse preferir ser baixa algum dia, mas este continente definitivamente não foi planejado para pessoas com mais de 1,70m. As minhas pernas estão sempre, sempre batendo em algum lugar e tudo parece muito apertado!

Pronto. Desabafo feito. Já posso seguir com o resto da viagem.

Ainda em Hanói decidimos fazer uma viagem de dois dias e uma noite até Halong Bay, uma baía no nordeste do Vietnam que é tombada pela Unesco como patrimônio da humanidade. Em vietnamita a palavra Ha Long quer dizer “onde o dragão mergulha na água” e diz a lenda que as formações geológicas típicas da baía foram criadas por um dragão cuja cauda moldou as montanhas em picos e vales, ao se deslocar para as montanhas nadando pela baía. Com o tempo os vales foram cobertos de água e os picos são o que hoje se torna visível.

Apesar do nosso tour ter sido meia boca (e isso inclui uma mini-van mais do que apertada!) o lugar é sim bem bonito e valeu a pena visitar. A geografia é linda e ainda tivemos a oportunidade de visitar umas cavernas, fazer um pouco de caiaque e dormir em plena baía, dentro de um barco.

De volta a Hanói pegamos as malas e fomos direto para Hué no ônibus noturno. Não preciso dizer que mesmo se tratando de um sleeping bus não era possível esticar as pernas decentemente, a menos que eu medisse 1,50m! E foram nada mais nada menos do que 14 horas!

Hué fica na costa, exatamente no meio do país. Indo do norte para o sul é a primeira cidade do antigo Vietnã do Sul (aquele que teve apoio dos EUA na guerra) e foi antiga capital do país entre 1802 e 1945, quando o sistema político ainda era o Império.

Mais um local tombado pelo Unesco é a citadela, que fica à beira do rio principal de Hué, o Suong Hong (rio perfumado). Visitamos a citadela no nosso primeiro dia. Trata-se de uma cidade imperial dentro de Hué que serviu de moradia para os Imperadores, suas famílias e empregados, além de ser o local oficial para reuniões de cunho político.

Seguimos pela cidade, que é bem pequena, em direção às vilas flutuantes. Essas vilas são bem comuns no país. Pequenos barcos que servem de casa para toda uma família que vive, literalmente, em cima da água. Vimos uma delas em Halong Bay (essa inclusive com escola) e agora uma em Hué. Continuamos pelo rio, passamos por mais um mercado que me fez sair correndo por causa do cheiro forte de carne crua, alguns templos e terminamos o dia vendo o pôr-do-sol na ponte principal que cruza o rio.

E ainda tive a oportunidade de conhecer e conversar um pouco com um estudante local de economia que me pediu, por favor, que conversasse com ele para que ele pudesse treinar seu inglês, que, aliás, aprendeu sozinho só de ficar conversando com os turistas da cidade!

No segundo e último dia em Hué fizemos um passeio de barco pelo rio e fomos até outra parte de cidade, mais afastada, onde estão as tumbas dos principais imperadores. Visitamos apenas uma delas, a Tomb of Minh Mang, imperador do Vietnam entre 1820 e 1840. Mais do que uma simples tumba o local é quase um retiro espiritual. É enorme. Com jardins, templos, lagos, lugares para adoração, etc. A tumba mesmo ninguém nem sabe onde está enterrada, e isso porque a cada imperador que morria eram necessários 200 empregados para o funeral, mas após o funeral essas 200 pessoas eram mortas para que não revelassem aonde fora enterrado o imperador e assim evitar que alguém roubasse sua tumba, cheia de ouro e outros metais valiosos.

Fomos ainda até a Thien Mu Pagoda, construída em 1601 e que em 1963 se tornou o lugar oficial de adoração a Thich Quang Duc, um monge que se queimou vivo em cima de seu carro como forma de protesto contra a política religiosa do governo local.

Próximo destino: Hoi An. Pegamos um ônibus de quase 4 horas para chegar a esta cidade ao sul de Hué que descobrimos não ter muito o que fazer. Felizmente conhecemos dois franceses no ônibus, o Olivier e o Denis, que nos serviram de companhia. E ainda ficamos em um hotel com piscina por 5 dólares cada por noite. Uma pechincha!

Por se tratar de uma cidade praticamente sem lugares turísticos para se visitar e contando o calor insuportável que fazia, resolvemos passar a tarde na piscina. E eu já tinha até esquecido como é bom uma água limpinha pra bater um pouco os braços e as pernas! No dia seguinte passamos a manhã na piscina e à tarde tomamos coragem para caminhar um pouco sob um sol do inferno.

Hoi An é uma cidadezinha charmosa, de estilo antigo, bem parecida com Paraty, mas que não exige muito tempo nem dedicação, portanto tratamos logo de sair dali para nosso próximo destino: Nha Trang, cidade de praia!

Nossa, ver o mar depois de tanto tempo é revigorante! Impressionante como uma faixa de areia e uma imensidão de água podem trazer tamanha sensação de paz! Passamos os dois dias inteiros igual lagartos no deserto: estiradas na areia! E quando esquentava demais íamos para o mar mais limpo que eu já vi até hoje. Com a água transparentíssima e sem nenhuma onda era como se estivéssemos em um piscinão. Perfeito.

E ainda reencontramos a Emília (nossa amiga sueca de Hanói), a amiga dela Sarah (também sueca) e um irlandês que elas tinham conhecido no ônibus, o Kenneth.

Apesar da praia com água limpa e do tempo convidativo tínhamos que continuar descendo. Na sexta-feira temos que deixar o país por causa do nosso visto e ainda temos mais uma cidade nos planos: Ho Chi Min City (ex Saigon), de onde escrevo agora e sobre a qual contarei no próximo post.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Um caos chamado cidade!

Depois de um mês e meio de viagem, finalmente mudamos de ares e país! Saímos definitivamente do Laos e viemos, enfim, começar nossa saga vietnamita.

Voamos de Luang Prabang para Hanoi, capital do Vietnan. E que vôo! Eu estava tranquila, mas a Silvia estava praticamente desesperada, e tudo porque o nosso guia de viagens dizia: Se puder evitar voar com a Lao Airlines, evite!

E o que fizemos? Não evitamos! Fomos com eles mesmo, hehehe. E até que foi tranquilo, tirando que o avião era bem "moderno", com uma turbina de hélices que ficou fazendo barulho durante o vôo inteiro. Quase no final rolou uma turbulência, deu uma balancadinha, mas ficou tudo bem. Chegamos sãs e salvas!

Estávamos no vôo com a Emília, uma sueca que conhecemos na última noite em Luang Prabang e que, coincidentemente, ia pegar o mesmo vôo que nós. Durante o vôo fizemos amizade com o Paras, um inglês de decendência indiana que estava morando no Vietnam há 3 anos. Infelizmente ele mora em Ho Chi Min City (antes Saigon) e iria passar apenas aquela noite em Hanoi. Mas já foi uma grande mão nas costas chegar e ser guiada por alguém que fala vietnamita e que pôde entrar num acordo sobre o preço do táxi sem que nos custasse uma fortuna. No fim das contas: USD 2,00 para cada uma por 40 minutos até à cidade. Nada mal!

Logo depois de deixarmos as nossas coisas no hotel o Paras levou a gente pra conhecer a vida noturna de Hanoi.

Primeiro fomos a um restaurante vietnamita onde comemos, acreditem ou não, carne de cisne! É bem parecida com frango, mas eu só comi um pedacinho, porque assim como frango assado, estava cheio de nervos e pele e eu ainda não passei deste ponto da minha frescura, então continuo evitando o que para mim são nojices degustativas.

No restaurante aprendemos o primeiro costume dos vietnamitas: jantar cedo! E não é uma opção. Ou você janta cedo ou dificilmente vai encontrar um lugar para comer aberto depois das 21h00! Chegamos neste restaurante às 20h50 e fomos atendidos super às pressas pois o restaurante tinha que fechar!

Praticamente enxotados de lá fomos para o Le Pub, um bar que tem uma filial em Saigon e onde o Paras tem uns amigos. Lá conhecemos dois dos garçons, o Crazy Dog e o Tiep, dois vietnamitas que eram meninos de rua e foram chamados para trabalhar neste restaurante, onde também aprenderam a falar inglês. É bem legal, em Hanoi tem vários restaurantes/ bares que fazem isso, tiram os jovens das ruas e dão uma oportunidade de trabalho. O máximo!

Ficamos por lá até o bar fechar e depois, com os meninos livres do trabalho, fomos levados até uma casa vietnamita onde só os locais vão para beber cerveja, feita por eles mesmo! E terminamos a noite numa balada em um barco no meio do rio. Segundo o Paras é lei que as coisas fechem cedo, mas por a balada ser no barco que está no rio e não em terra, a polícia faz vista grossa e deixa funcionar até altas horas, pois teoricamente a balada não está acontecendo em terra firme! Fala sério!

De Beatles a Madonna, pude perceber um outro costume vietnamita: na balada dois homens dançando até o chão juntos é suuuper normal! Dançar juntos é quase lei. Ficam dois meninos lá dançando como se fossem casal, mas não tem nada a ver com homossexualidade. Pelo contrário, é amizade mesmo.

Foi então que depois desta noite e no dia seguinte, vendo muitas mulheres andando com os braços entrelaçados e casais de namorados abraçados na grama ou andando de mãos dadas, percebi uma grande diferença entre a cultura asiática como um todo e a vietnamita: aqui eles demonstram afeto em público! E eu bem que estava sentindo falta de presenciar uma demonstração de carinho. Comecei a gostar do Vietnã!

No nosso primeiro dia inteiro em Hanoi eu e a Emilia fizemos um tour básico. Começamos indo ao Museu de Etnologia, que explica muito do dia a dia e da cultura das diversas tribos que moram no país. Duas coisas interessantes que aprendi foram:

- No nordeste tem uma tribo que faz rituais espíritas. Diz-se que ao evocar espíritos as pessoas têm acesso ao mundo espiritual representado por quatro elementos: Céu, Terra, Água e Florestas!

- Neste país muitas pessoas mais velhas têm os dentes pretos ou com manchas escuras, mas não por falta de higiene. É que eles têm o costume de mascar betel (não sei traduzir), um tipo de folha e castanha que deixa essas "cicatrizes" nos dentes. Os vietnamitas mais velhos costumam dizer que para começar uma boa conversa basta convidar alguém para mascar um pouco de betel.

Ainda no museu comi um sanduíche que me fez tomar uma decisão drástica enquanto estiver no Vietnã: aqui não ponho mais frango na boca! Isso porque meu lanche de frango veio com um pedaço do animal cheio de nervos, pele e, pasmem, umas peninhas! Intragável.

Vimos também uma apresentação de teatro de marionetes na água. Típica arte vietnamita, as marionetes na água são manipuladas por pessoas que ficam escondidas atrás de cortinas de palha através de pequenos sistemas escondidos sob a água. O teatro retrata a vida dos vietnamitas e suas principais atividades, como rezas, pesca, agricultura, vida familiar, kung fu, crenças, etc. Os boneco são muito bem manejados e é algo muito diferente de se ver, e bonito também, principalmente quando, além dos bonecos, há fogos de artifício nas cenas.

Hanoi é uma cidade suja e barulhenta. Enfestada de motocicletas que não param de buzinar e que não respeitam nenhum sinal de trânsito, elas te obrigam a atravessar a rua 1000 vezes mais atento do que de costume, pois já que eles não param é você quem tem que arranjar um jeito de atravessar passando por entre elas. E elas dominam também as calçadas. A cada 10m você tem que sair da calçada e andar na rua porque milhares de motocicletas estacionadas de qualquer jeito estão bloqueando a passagem específica para pedestres! Além das motos e da sujeira há ainda as incontáveis lojas, vendendo os mais diversos produtos como óculos, bolsas, mochilas, sapatos, roupas, comida, etc...dando à cidade uma cara bem parecida com a conturbada 25 de março paulistana. Um terror!

Mas toda grande cidade tem sua via de escape, e a de Hanoi é o lago Hoan Kiem, que fica no meio da parte antiga. Grande e quieto ele dá uma aparência pacífica a uma cidade caótica. Foi para lá que fomos depois da apresentação das marionetes.

O lago é motivo para uma lenda muito forte para as pessoas de Hanoi. Diz a lenda que em meados do século XV os céus deram ao imperador da época uma espada mágica utilizada para afugentar os chineses que dominavam o país. Um dia após a batalha final o imperador estava navegando pelo lago quando uma gigante e dourada tartaruga surgiu do fundo do lago e tomou a espada de suas mãos. Desde então o lago mudou de nome para o que hoje significa "Lago da espada reavida", pois a tartarura retornou a espada aos seus proprietários divinos.

Curtimos um pouco o lago e visitamos o Ngoc Son Temple, um templo que fica no meio do lago, conectado à terra por uma ponte e que tem uma estátua da famosa tartaruga. E depois terminamos o dia visitando a Catedral de St. Joseph, uma catedral católica de Hanoi.

No nosso último dia em Hanói fizemos um passeio típico para as pessoas locais. Fomos visitar o mausoléu do Ho Chi Min! Para quem não sabe ele foi um líder revolucionário do Vietnan, que lutou pela independência da Indochina (que era dominada pela França) e também foi figura chave na luta do Vietnan do norte (comunista) contra o Vietnan do sul (com apoio dos EUA), na qual morreu antes do término, mas, para os mais desavisados, foi vencedor e teve seu nome dado à capital do antigo Vietnan do sul, que de Saigon passou a se chamar Ho Chi Min City.

Enfim, o cara foi importante e isso explica a fila fenomenal na entrada do seu mausoléu! Poucos turistas e milhares de vietnamitas esperando pacientemente numa fila quilométrica só pra ver o corpo do Ho Chi (que intimidade, hein!). E quando digo o corpo, é o corpo de verdade! Ele fica exposto numa redoma de vidro e em seu corpo foi passada uma camada de cera para conservar, então é como se estivéssemos olhando o velho de verdade ali, deitado como se estivesse dormindo!

Almoçamos num restaurante no 4º andar de um prédio com vista para o famoso lago da cidade e depois fui sozinha (as preguiçosas não quiseram ir comigo) até um outro ponto turístico da cidade, o Temple of Literature. Trata-se de um templo confucionista e local da primeira universidade do Vietnan, além de ter belos gramados e lagos. Foi ali que um bando de estudantes vietnamitas me abordou e ficaram todos felizes quando eu topei tirar uma foto com eles. Senti-me uma celebridade de cinema!

Terminei o dia em Hanói passeando pelos becos da cidade, inclusive pelos trilhos do trem que cruza a cidade e cuja paisagem abre os olhos para a verdadeira condição de vida dos locais: casas apertadas, escuras e sujas. Pobre.

sábado, 11 de abril de 2009

Same same...but different!

Finalmente chegamos a uma cidade que causou uma boa impressão!

É até uma maneira um pouco mimada de dizer isso, porque na verdade a boa impressão só foi causada porque Luang Prabagang tem uma cara muito ocidental e agradável.

Tudo bem, eu vim até aqui pra ver a verdadeira Ásia, mas depois de mais de um mês morando numa vila no meio do nada é revigorante ver uma cidade bonitinha e arrumada.

Saímos de Vang Vieng pra pegar uma estrada de terra e cheia de curvas durante 6 horas em uma mini van apertada. Pra melhorar a bateria do Ipod só durou as primeiras 3h, mas tudo bem, estávamos animadas. Enfim estamos seguindo viagem!

No nosso primeiro dia em Luang Prabang cobrimos quase todos os pontos turísticos a pé. Mas antes de qualquer coisa ficamos tentando adivinhar com que lugar do mundo esta cidade se parece.

É charmosa, com arquitetura e jeitinho francês, mas ao mesmo tempo contém muito da cultura local e um ar de cidade praiana e ao mesmo tempo de montanha. Difícil de definir, mas muito bonita aos olhos. Muito agradável de se estar também.

Primeiro começamos pelo templo mais antigo ainda em atividade na cidade, o Wat Wisunalat, construído em 1513. Não é muito diferente de muito outros templos que existem aqui na Ásia, mas de qualquer forma foi bom estar por lá.

Seguimos depois para o maior dos templos, mas no caminho fomos parando em outros secundários, já que eles estão em todas as esquinas.

Este que é o maior chama-se Wat Xieng Thong e fica na pontinha da pequena península que a cidade possui por causa do encontro dos dois rios que a cortam: o Nam Khan e, de novo, o Mekong. É como se fosse um mini complexo de templos. Um deles tem uma carruagem com a Naga de 7 cabeças na frente (o animal que ajudou o Buda a cruzar um rio) e é onde ficam as cinzas da ex-família real. Em outro tem o templo em si, com uma enorme estátua do Buda. E todos os pequenos prédios do complexo têm, em seu exterior, lindos e impressionantes mosaicos! Muito bonitos mesmo.

Almoçamos na beira do Mekong e novamente adotamos a comida local como preferência nas refeições: é BEM mais barata!

No fim da tarde fomos ver o pôr-do-sol no Mekong de cima de uma colina que, adivinhem, é também um templo budista! Hehehe. Antes de irmos para o hotel demos um passeio pelo mercado noturno que toma conta da rua principal. Nada muito diferente daquelas feirinhas de praia, mas com artesanato laoense, claro.

No segundo dia alugamos uma bike e fomos pedalando até Phousy Market, uma feirona que vende de tudo, de cosméticos, cadernos e lâmpadas a comida. Da parte da comida eu não tenho muito sobre o que falar, pois mal fiquei ali...assim que entrei sai é bem correndo antes de vomitar! Tem umas partes que um monte de carne crua fica à mostra e o cheiro é insuportável!

Pelo amor de Deus, tínhamos que sair dali!

Passamos por mais alguns templos e ficamos pedalando pela cidade até o fim do dia quando fomos até um bar com um telão que passa filmes às 19h00. Como fomos as primeiras a chegar pudemos escolher o filme do dia: Sex and the City! Hahaha, super fútil, mas muito propício para umas risadas.

No último dia fomos até o Palácio Real, que hoje se tornou o Museu Nacional já que no Laos não existe mais monarquia. Depois almoçamos e esticamos numa conversa com um israelita que conhecemos no restaurante, o Daniel.

Depois, caminhando pela cidade, por pura coincidência encontramos o Jeroen, o holandês que tínhamos conhecido em Vang Vieng! Ele estava com uma nova amiga, a Emília (da Suécia) e era a última noite de todo mundo em Luang Prabang, então decidimos ir comer alguma coisa e depois irmos para um bar brindar.

Comemos num vendedor de rua que oferecia um buffet vegetariano por 5.000 kips (R$ 1,40). Ele te dava o prato e você enchia até quanto quisesse ou pudesse. Não foi muito uma boa idéia já que mais tarde nessa mesma noite eu tive uma noite de rei: praticamente no no trono!

Mas o bar depois deste buffet suspeito foi bom. Eu, Silvão, Emília, Jeroen, Daniel e mais 3 belgas que conhecemos no buffet.

O bom de ser mochileiro é isso, se você tiver afim faz amizade em qualquer canto, com gente de todos os cantos!

Depois de 3 dias em Luang Prabang a gente ainda não sabe com que cidade ela se parece, mas chegamos à conclusão que é um mix entre Campos do Jordão, cidade de praia e cidadezinha do interior da Europa.

Claro que Luang Prabang é única e na verdade não tem nada a ver com nenhuma dessas conclusões tiradas por nós, mas é como os próprios laoenses dizem para qualquer coisa que tenha uma mínima semelhança com outra: Same same...but different!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Vang Vieng!

Sexta-feira finalmente saimos de Vientiane para comecarmos a nossa viagem pela Asia!

Depois de 03h de viagem chegamos a Vang Vieng, uma cidadezinha entre Vientiane e Luang Prabang super popular entre os turistas. Por que?

Milhoes de bares e festas e uma natureza linda!

No caminho pra la, ainda no onbibus, fizemos amizade com 03 caras: Sam (Eslovenia), Franco (Guatemala) e Euron (Holanda). Como eh bom conversar em ingles com pessoas que nao tem o ingles como lingua mae. Todo mundo fala devagar e da pra entender tudo!

Assim que chegamos ainda conhecemos uma menina israelita, a Gili, que tambem se junto a nos. Ficamos todos no mesmo hotel e na primeira noite (eles ja sabiamos que eramos brasileiras) o Sam comprou acucar, limao, gelo e uma Vodka laoense barata e fizemos caipirinha pros gringos. Todos falaram que ja tinham bebido antes, mas que a nossa estava muito melhor! Bom, feito por brasileiros neh, estavam querendo o que! Ate com a Vodka laoense fizemos milagre e a capirinha ficou muito boa.

Detalhe: pra esmagar os limoes tivemos que usa o recipiente do repelente de insetos. Talvez isso tenha dado o toque especial!

Vang Vieng eh bem pequena, eh praticamente uma cidade com aparencia praiana, com casas baixas, bares e restaurantes por todos os lados. Deve ter entre 10 e 15 quarteiroes e todos eles estao lotados de europeus com uma cerveja na mao.

Depois da caipirinha fomos ate um dos bares que, de maneira improvisada, tambem funcionava como se fosse uma balada: The Bucket Bar. Em Vang Vieng todos os bares servem bebidas nos buckets (baldes). Por exemplo: Sprite, energetico e vodka. Tudo no balde com uns canudos pra galera ir bebendo. Gosto horrivel! Melhor ficar na BeerLao mesmo: R$ 2,80 a garrafa de 640ml!

O dia seguinte amanheceu chovendo. Eu e o Sam fomos nadar no rio e o resultado foi um resfriado chato que esta me acompanhando ate hoje! O resto do dia ficamos morgando pela cidade porque com o tempo fechado nao valia a pena fazer os passeios pelos quais a cidade eh famosa: Caiaque, escalada, cavernas, trekking, bicicleta, etc. Eh um destino de ecoturismo.

Gastamos o dia entao assistindo Friends. Pois eh, assistindo Friends!

Aqui as mesas dos restaurantes sao baixas e ao inves de cadeiras eles colocam uns mini-colchoes para voce ficar deitado enquanto assiste TV. E todos os restaurantes passam Friends ininterruptamente, cada um com uma temporada e episodio diferentes. E faz sucesso viu, porque do nada voce percebe que ja esta no restaurante ha mais de 2 horas e ja assistiu uns 5 ou 6 episodios na sequencia!

No domingo eu, Silvao e o Euron fomos fazer uma passeio de dia inteiro. Comecamos por uma caverna de agua, que cruzamos dentro de umas boias. A agua estava super gelada e a travessia foi super cansativa. Nao eh nada facil cruzar a agua tentando nadar dentro de uma boia. Bracos em pandarecos!

Mas valeu a pena. A caverna era bem bonita e demos bastante risada.

Visitamos uma outra caverna e depois do almoco fomos fazer caiaque no rio. 10km remando! Bracos novamente em pandarecos! Praticamente podres! E pra ajudar o rio quase nao tinha correnteza, entao era remar ou ficar sem sair do lugar!

Mas novamente valeu a pena. As paisagens pelas quais passamos eram lindas. A cidade eh toda cercada por uma formacoes rochosas que em portugues eu nao sei o nome, mas em ingles chama-se limestone . Bem impressionantes!

Eu e Silvao fomos no mesmo caiaque, ela na frente e eu atras. De repente vinham as pequenas corredeiras e quase sempre ficavamos atoladas! O Euron e o guia, que estavam em outro caiaque, ja estavam la na frente rindo da nossas caras! Bom, pelo menos nao caimos!

Na metade do caiaque passamos em uma parte do rio que eh famosa entre os viajantes. Eh um lugar irreal, no meio de um rio, que fica no meio de uma cidadezinha dentro de um pais subdesenvolvido de repente uma musica eletronica altissima bombando e varios bares cheios de mochileiros bebados pulando no rio numa especie de trapezio misturado com tirolesa.

Fizemos uma parada para tomar uma cerveja e ver a galera pulando. Obviamente pulamos tambem. A altura eh grande e da um medinho de voce cair no raso, mas eh bem sossegado, voce segura na barra e vai embora, fica balancando no ar ate decidir pular na agua. Eu pulei duas vezes e na segunda cai de mal jeito, meio de barriga na agua e agora estou com um Salompas na panca!

Nesta parte do rio tem muita gente que aluga uma boia e faz o famoso Tubing, que consiste em basicamente ir descendo o rio nessas boias e ir parando de bar em bar para ficar bebendo. Eu e a Silvao nao fizemos, mas a israelita que estava com a gente fez e chegou no hotel meio mamada. Hehehe.

Agora ja estamos em Luang Prabang, cidade tombada pela Unesco como patrimonio historico da humanidade. Em breve escreverei sobre nossas aventuras por aqui.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Literalmente uma roubada!

Estamos oficialmente na estrada!

Deveriamos iniciar nossa viagem para o Vietna e Cambodia no dia 11/04 e estavamos ansiosissimas para tal data, mas devido a um triste fato tivemos que cancelar as duas ultimas semanas do voluntario e antecipar a viagem.

Infelizmente, acreditem ou nao, a familia da segunda casa onde nos hospedamos comecou a roubar as coisas da Silvia. Um pouco de dinheiro, um anel, um creme de mao, um pacote de lenco umedecido e um perfume.

Dada tal situacao tivemos que pular fora e enquanto esperamos o reembolso destas duas semanas que ja estavam pagas vamos cair na estrada....tristes pelo acontecido, mas ao mesmo tempo felizes por estarmos viajando!

E amanha iremos para Vang Vieng, uma cidade no caminho de Luang Prabang.