domingo, 29 de março de 2009

Diário de bordo!

De volta a Vientiane finalmente tenho acesso à civiliazação após 2 semanas consecutivas na vila. Como bastante coisa acumulou pra contar, desta vez o post vai em forma de diário, com os principais dias e eventos:

Terça-feira, 17/03

Hoje o dia foi irritantemente irritante!

Tudo começou logo cedo, com o pai nos convidando para ir a uma cerimônia budista. A gente achando que ia ser superlegal aceitamos o convite, mas não sabíamos o que estava por vir...

Festival budista que nada, era só uma desculpa pra beber e comer em plena terça-feira.

Começamos indo até uma casa na beira da estrada, onde a galera já estava bem “animada”. Uma galera animada, comida e cerveja são sinônimo de diversão...não no Laos! A comida tem origem duvidosa, a cerveja é compartilhada no mesmo copo e o laoense quando fica bêbado é muito chato! Daqueles que ficam cutucando, querendo te dar cerveja na boca e cantando alto e desafinado.

Não deu nem meia hora eu e a Silvão já estávamos louca para irmos embora. Quando a galera da casa começa a dar tchau e subimos na moto que felicidade!!! Mas obviamente, como qualquer celebração no Laos, ainda não tinha acabado...

O festival consistia em ir não só em uma casa, mas sim numa verdadeira peregrinação de casa em casa, sempre comendo e bebendo. O que no início era pra ser 4 casas, acabou se tornando 6 e por muito pouco não foram 7.

A cada casa o pessoal estava mais bebado e, por conseguinte, mais chato. Em uma das casa tinha uma tia tão bêbada que estava enchendo saco de todo mundo. Deu tanta birita pra uma outra tia tomar que esta até gorfou!

Era um tal de cantoria pra cá, comida pra lá, bebida pra cá que só Caco Antibes saberia como descrever bem esta situação.

E pra piorar toda a situação todas as casas serviam a mesma comida: sopa de búfalo. Minha nossa senhora, a primeira vez que colocaram aquele prato na minha frente eu tive que fazer uma força sobrenatural para não vomitar...a sopa tinha um cheiro fétido impressionante. Vou logo chutar o pau da barraca e dizer a real: tinha mesmo era um puta cheirão de merda! E humana ainda por cima!

Mas tudo que é ruim dura o suficiente para se tornar inesquecível. Depois de quase 8 horas a peregrinação acabou, mas aquele cheiro estará para sempre nas nossas memórias.


Quarta-feira, 18/03

Com a chegada da chuva o céu se manteve cinza e triste por mais de uma semana. Era noite de sexta-feira 13 de lua cheia quando uma forte ventania começou, anunciando a chegada da chuva. Tiramos às pressas as roupas do varal que havíamos lavado com água do poço no dia anterior.
A tia e os sobrinhos se hospedaram em casa por uma noite. A casa deles, com paredes de bambu, não oferece resistência suficiente em caso de tempestade.

A noite foi agitada. Como a casa não tem porta nem janelas sempre tinha alguém no meio da noite pra lá e pra cá, averiguando se a água não entrava. Foi mais uma noite mal dormida.
Praticamente todas as noites aqui acabam em manhãs sonolentas, sem a mínima vontade de pular da cama já que nunca conseguimos descansar direito. Há sempre um evento inesperado para nos perturbar o sono.

Na primeira noite foi um besouro que batia as asas irritantemente. Uma outra noite foi o cachorro que latia bem no meio da madrugada. Nada oportuno!

Tem ainda a velha, um caso a parte. Ela sozinha tem uma surpresa para cada uma das noites, sem exceção. O catarro é o episódio que mais se repete. Na primeira semana foi difícil se acostumar, mas os habituais catarros e barulhos nasobucais se tornaram cada vez menos chatos após termos decidido ignorá-los por completo.

Mas parece que ela descobriu que aquilo já não mais nos tirava o sono, pois tão logo nos acostumamos ela nos “presenteou” com novas manias.

Teve a escuta do rádio no meio da madrugada, o arrastar de chinelos na sala em plena 5 da manhã e as freqüentes mijadas noturnas no quarto, bem ao lado da gente, com apenas um fino lençol separando nosso sono sagrado do barulhinho do xixi caindo no penico.

Mas, pelo menos para mim, a pior foi uma noite que eu cri piamente que a velha estava evocando os demônios! Barulhos de água remexida vinha dos seus aposentos, junto com uns sons estranhíssimos e, para completar, eu ouvia barulhos de lobos vindo da janela, lá de fora.

Tá, tá bom, talvez fosse só imaginação minha mesmo, mas os barulhos de monstro eram bem reais, tanto que fiquei com medo e acordei a Silvão para ouvir. Ela não deu muita bola e voltou a dormir, mas eu fiquei ali sem dormir, pensando com meus botões: velha macumbeira!

Também não vou jogar toda a culpa na velha. Todos os habitantes da casa colaboram para estas noites mal-dormidas. Conversas no meio da madrugada, luzes acesas, às vezes gritarias e até mesmo o rádio bombando no último volume às 6 da manhã!

A solução o meu próprio corpo encontrou sozinho: abstrair toda e qualquer inoportuna intervenção. Deu certo! Pelo menos as últimas duas noites foram ótimas, dormi como um anjo.

* * *

Aqui no Laos os nomes são muito difíceis para memorizar, portanto, com exceção dos pais e das duas filhas (estes decoramos os nomes), eu e Silvão nos referíamos aos habitantes pelas suas características.

A avó é a VELHA.

Tem ainda o SR CRAVO e o SR DENTE, um com um cravo enorme na têmpora e o outro com os dentes tortíssimos e horríveis.

A tia e os sobrinhos, que moram ao lado da nossa casa, eram respectivamente chamados de CARA DE CU (porque a tia sempre está com uma cara de quem comeu e não gostou), GRILO (o menino, que tem as perninhas finas e um pouco tortas) e MENININHO (a menina, que apesar de eu não concordar, a Silvia insiste que ela tem uma carinha de menino).

Tem a MENINA DA PÁ VIRADA (uma criança que está sempre fazendo arte) e sua DISCÍPULA (que está sempre com ela).

E ainda o MENINO DO ARROZ (um que está rindo com a boca cheia de arroz em uma das fotos que eu mandei), o BEBÊ PUMA (um garotinho que anda com uma camiseta falsa da Puma), o NHONHINHO (um gordinho chato pra quem a gente dá aula na escola) e o PICÔU (um menino Down que repete essa palavra a todo instante que, aparentemente, não quer dizer nada na língua local).


Sexta-feira, 20/03

Ainda não entendi direito como eles ganham dinheiro aqui. Durante a semana os homens raramente estão fora de casa e sempre rola uma festividade durante um dia útil.

Ontem a noite mesmo fomos avisadas que no dia seguinte deveríamos estar prontas às 9 da manhã pois iríamos para uma cachoeira na vila vizinha fazer um pic-nic. Isso é muito comum aqui no Laos, você acha que amanhã vai ser um dia como todos os outros e de repente eles inventam de fazer alguma coisa e te avisam no último minuto!

Não bastasse a romaria de casa em casa da última terça, assim, sem mais nem menos, quase 30 pessoas decidem ir, em plena sexta-feira, fazer um pic-nic básico!

Beleza, lá fomos nós! Mesmo com um pezinho atrás depois da última experiência de festa dos laoenses.

A diversão deles consiste em: muita gente, muita comida, muita bebida, muita cantoria e muitas atitudes sem noção!

Fomos todos na caçamba de um mini-caminhão. No início todos iam sentados, depois tivemos que ir de pé mesmo por causa da falta de espaço com tanta gente. É que eles vão parando de 10 em 10 minutos nas casas da galera, e em cada parada é mais 2 ou 3 pessoas que sobem. Essa é um outro costume deles. Qualquer trajeto se torna 3 vezes mais comprido e demorado do que realmente é pelo simples fato de eles pararem toda hora!

A ida foi tranqüila. Uma estradinha de terra que entra floresta adentro e que vai ficando cada vez mais estreita e esburacada. Quem estiver em pé na caçamba deve ficar atento para não levar uma galhada de árvore na testa!

A galera vai praticamente o caminho inteiro cantando e bebendo. Aqui eles têm uma bebida chamada lao-lao, bem parecida com a nossa pinga, mas piorada umas 10 vezes. Praticamente um álcool Zulu! E eles tomam puro na maior tranqüilidade.

O tempo na cachoeira foi bom. Pudemos nadar um pouco, mas por ser a época seca não tinha muita água e a cachoeira em si era apenas uns filetes de água caindo.

Começou a chover e tivemos que comer em baixo das árvores: peixe, noodles, repolho, arroz e melancia. E, claro, lao-lao e cerveja, que já estava quente, mas que eles bebem com gelo, sem cerimônia. Super normal. Cerveja quente? Bota uns gelinhos e manda pra dentro!

A volta foi tensa. Com a chuva caindo e a galera bêbada o fato da estrada ser de terra apresentava um retorno nada promissor. E de fato não foi. O mini-caminhão atolou uma vê e sacudiu forte muitas outras. Eu e a Silvia só pensávamos na morte em pleno rali, mas os laoenses não pareciam se importar, seguiram cantando e bebendo lao-lao enquanto nós morríamos de medo.

Chegamos. Sãs e salvas!

Nessa odisséia outros apelidos surgiram:

- LADY KANA: uma mulher que não negava lao-lao nunca e bem propíciamente tinha uma mulher bordada na calça com o nome de Lady Kana;

- GOLA ROLÊ: no calor do Laos, o único cara que foi ao pic-nic de gola role;

- MR. BURNS: por ser idêntico ao personagem homônimo de “Os Simpson”;

- ABOBÔ: uma mulher tão feia e estranha que parecia o Abobo, e esse só vai entender quem já jogou Doublé Dragon no Mega Drive III ou viu o filme na Sessão da Tarde;

- APURO: um cara que achávamos ser gay e que tivemos certeza quando, no meio do apuro de quase morrer, ele, ao invés de segurar nas barras de ferro da caçamba, ficou segurando a cintura do rapaz à frente e aproveitou pra dar uma encoxadas...em pleno apuro!

- CATARATA: apesar de ter uma visão boa, esse cara tinha aparência do olho de quem tem catarata.


Segunda-feira, 23/03

Este fim-de-semana finalmente fizemos a trilha até o parque nacional Phou Khuao Kuay.
Dormimos na Elephant Tower, construída onde os elefantes costumam aparecer e onde os turistas passam a noite na espera para ver um destes enormes mamíferos. Infelizmente nesta noite eles não apareceram e ficamos a ver navios.

Pelo menos o jantar valeu a pena. Apresentou-se a refeição mais decente e saborosa desde nossa estadia no Laos. O problema da comida aqui nem é tanto a comida em si, mas os hábitos higiênicos de quem a prepara e onde ela é preparada.

Os laoenses têm as unhas compridas e sujas mas comem com as mãos; têm os dentes podres e tomam sopa com uma colher que tornam a colocar no prato, que é comunitário; na hora de beber cerveja o copo também é comunitário, cada um bebe um pouco e vai passando para o do lado, uma boa oportunidade paras os vírus bucais; e outros pormenores como jogar lixo no chão e um pouco de água no corpo e chamar isso de banho.

A cozinha é inexistente. Um fogareiro no meio de um monte de areia é onde a comida é preparada e no chão, num canto da casa, onde é estocada. Legumes, carnes e condimentos jazem no chão sem nenhum tipo de proteção e, para piorar, são freqüentemente “visitados” pelos cachorros, galinhas e patos da casa.

Não é à toa que uma simples salada de repolho cozido, pepino, arroz, tomate e carne em tiras tornou-se a melhor refeição, pois tendo sido preparada em um lugar turístico (a torre dos elefantes) foi feita também para turista ver, ou seja, obedecendo os padrões mínimos de higiene.
Depois da noite na torre passamos boa parte do domingo na mata fechada fazendo trilha. O sol estava escaldante e infelizmente os rios não estavam na sua melhor forma, pois ainda não é a época das chuvas. Assim sendo, nosso banho de rio ficou limitado a um pequeno lago. Enfim, deu pra dar uma refrescada.

Ao fim do passeio estávamos bastante cansadas da caminhada e nem um pouco impressionadas com a natureza que nos foi apresentada. Depois de rios secos e da frustração de não ter visto os famosos elefantes, qualquer trilhazinha em um parque ecológico perto da poluída São Paulo seria capaz de superar um dos maiores parques nacionais do Laos.

À noite, já de volta a Ban Na, um dos guias nos convidou pra ir até a casa dele que duas amigas dele da capital estavam lá.

Bebemos cerveja e comemos tamarindo. Uma das amigas disse que se chamava Toto, que em lao quer dizer uma espécie de cobertor! Disse também que era de uma vila vizinha e que tinha ido morar em Vientiane para estudar inglês.

Quando eu perguntei se ela gostava mais de morar na vila ou na capital eu já sabia a resposta. Ninguém jovem pode gostar de morar num lugar como este, onde nada acontece.

Surpreendentemente ela me respondeu que preferia morar em sua vila e que sentia saudades.
Por alguns instantes eu esqueci que o Ocidente e o Oriente ainda são muito diferentes e que aqui as tradições ainda são importantes.


Quarta-feira, 25/03

Hoje foi nosso último dia em Ban Na. Nem posso acreditar que conseguimos!!!

Três semanas mijando e defecando agachada, tomando banho de caneca, com os pés sujos, comendo uma comida estranha e sentindo o peso da mesmice e das horas que custam a passar.

Na noite anterior a mãe, com lágrimas nos olhos, mas sem deixá-las cair, disse que sentiria nossa falta. A avó, tia, mãe, primos e filhas fizeram um círculo ao nosso redor e amarraram barbantes em nossos pulsos para dar sorte. E ainda descobrimos, só agora, que a mãe está grávida de 4 meses! E que o barulho de água sendo remexida no meio da noite não era a velha, mas sim um bagre que ficava nadando numa panela!

Hoje, ao meio-dia teve a cerimônia de despedida, com todos os guias para quem demos aulas e também outras pessoas da vila.

Numa pequena mesinha de centro estavam um arranjo de flores com os barbantes que seriam atados em nossos pulsos e pratos com doces, melancias, bananas e miúdos de galinha.
Quando vimos este último item a Silvia disse que não comeria aquilo nem a pau e eu respondi que não, que aquilo deveria ser uma espécie de oferenda budista e não era para comer.

Um homem então começou a recitar umas preces e nós devíamos juntas as mãos próximas ao peito...acho que para receber as bênçãos. Depois de uns 10 minutos de rezas que não entendíamos nada eles pegam um bolinho de arroz junto com um pedacinho daquela galinha e colocam nas nossas mãos. Tínhamos que comer...

Eu olhei pra Silvia, ela pra mim e eu disse: “Fecha os olhos e engole.”

Salvador gole d’água que ajudou para que aquela gororoba descesse goela adentro antes que os meus miúdos saíssem goela à fora.

Imediatamente após a forçosa ingestão eles começam a amarrar os barbantes, todos ao mesmo tempo. Era muita, muita gente ao redor! Enquanto seus braços estão rendidos não há como dizer não às coisas e ficamos a mercê deste bando, que ia enchendo as nossas mãos de comida.

Acho que faz parte do ritual receber a sorte do barbante segurando algum alimento. Mas precisava ser todos?

Não bastasse as bananas e doces que já enchiam as nossas mãos um dos guias fez uma bolinha de arroz, grudou em uma coxa seca de galinha e enfiou na mão da Silvia. Eu comecei a rir muito!!! “Segura esta coxa, Silvão.”

Mas, como felicidade de pobre dura pouco, não demorou muito e na minha mão já tinha não uma coxa, mas um nojento pé de galinha....

Na minha ao passou também um copo de cerveja que foi logo levado a minha boca e que fui obrigada a literalmente engolir, caso contrário eu me babaria, pois eles não demonstravam o menor interesse de tirá-lo dali antes de esvaziar.

O fim foi quando, sem eu ao menos me dar conta, enfiaram um pedaço de melancia na minha boca. Pelo desta vez não eram os restos da galinha!

Depois da cerimônia almoçamos e fomos para a nossa nova casa em Ban Hatkai, uma outra vila onde ficaremos por 2 semanas e meia.

Paciência!


Domingo, 29/03

Depois da cerimônia de despedida em Ban Na fomos até Ban Hatkai onde iremos ficar até o final do voluntário.

A casa é melhor que a primeira, o colchão mais confortável e tem até uma geladeira, mas o banho é pior porquê o banheiro é apertado e o teto muito baixo e como eu sou alta tenho que fazer umas manobras pra não encostar a cabeça e me engalfinhar com umas teias de aranhas que ficam ali.

A nova família é grande: o pai, a mãe, cinco filhos e um netinho de 3 meses que mijou na minha camiseta logo que cheguei e o segurei no colo. A família anterior era mais receptiva. Essa nova parece não ligar se a gente está ou não morando com eles...tenho a impressão que alguns deles ainda nem notou a nossa presença.

Uma coisa boa da nova vila é que esta tem um rio bem do ladinho, o que é ótimo para os dias de calor, que são a maioria.

Essa sexta-feira mesmo o pai e um outro guia nos convidou pra pescar. A essa altura do campeonato já deveríamos saber que uma passeio com laoenses começa de manhã e só termina no fim da tarde, mas acho que esquecemos das experiências anteriores e fomos achando que voltaríamos para o almoço. Que nada!

Resultado? Duas brasileiras que não passaram protetor solar e estavam de shorts e camiseta com o mais dolorido e vermelho dos bronzeados. De dar inveja! Esta marquinha de regatas e de bermuda é um must!

Mas fora o bronze o dia foi bem legal! A pescaria foi infinitamente mais bonita e divertida que a trilha no parque nacional da semana passada, e ainda foi de graça!

Passamos o dia no rio e enquanto os dois pescavam com as redes eu e a Silvão nadávamos. Que delícia! Percorremos o rio inteiro numa canoa até a sua nascente, onde almoçamos o peixe frequinho recém-pescado. Bem roots, ali na hora mesmo eles enfiaram uns peixinhos numas varetas, fizeram uma fogueira, assaram e mandamos pra dentro, junto com arroz, é claro!

Depois do almoço fomos andar pelas rochas da nascente, e aí eu não tive muita sorte...raspei o peito do pé em uma delas e ao tentar passar de uma rocha pra outra minha perna escapuliu e foi direto pro buraco entre elas! Não sei como não quebrei a perna, mas ficou uma belo dolorido na canela direita.

Mas valeu a pena. Depois de passar pelas rochas vimos as piscinas naturais formadas na nascente do rio (infelizmente estava sem a minha câmera), com suas águas convidativas para uma boa nadada!

Nadamos e mergulhamos nas piscinas e depois, na volta, quem disse que eu já tinha me machucado o bastante? Tentando passar por uma pequena correnteza, me desequilibrei e fui literalmente arrastada por ela. Bati a perna (desta vez a esquerda) e fiquei com um machucado no joelho.

Na volta eles pararam mais algumas vezes para pescar e desta vez nos pediram nossa ajuda. Nós do lado da canoa ficávamos pegando os peixes que eles pescavam e arremessavam para nós colocarmos na canoa. "Segura ai este peixe! Voaaando!" e pronto, lá íamos nós atrás dos peixes mortos que caiam na água.

Pra tirar um pouco o peso da consciência, quando os guias não estavam olhando, eu soltei dois peixes que ainda estavam vivos de volta no rio. Não me confortou muito.

Sábado viemos para Vientiane e amanhã (segunda) voltaremos para Ban Hatkai.

Hoje fomos resolver a questão da nossa extensão do visto do Laos. Fomos até a fronteira e depois de 4 horas e meia e de ter ido até a Tailândia duas vezes por causa de questões burocráticas e falta de formulários, conseguimos finalizar a tarefa.

domingo, 15 de março de 2009

Fotos do Laos!

Galera, tem 68 novas fotos que consegui colocar hoje!

Entrem neste link: http://picasaweb.google.com.br/jubovisk/Laos?feat=directlink

Nada de novo!

Gente, mais uma semana se passou em meio a vida rural e tenho que dizer que nem ha muitas novidades para contar. Sabe como 'e, esta vida pacata nao 'e muito agitada.

Alguns pontos a contar sao:

Eu e a Silvia, em meio a um tedio cabuloso que nos ataca todas as manhas, tentamos um dia ir caminhando floresta a dentro a procura da Torre dos elefantes. A verdade 'e que estamos morando em uma das vilas que faz parte de um dos maiores parques nacionais do Laos, mas para se chegar a este parque temos que caminhar alguns kms. Os guias 'e que tem que levar a gente la, mas teoricamente nao podemos ir durante a semana porque passa-se uma noite fora e isso faria com que nao dessemos um dia de aula para eles, portanto so podemos ir de final de semana!

Com esta informacao ficamos bem chateadas e decidimos procurar nos mesmas pelo menos uma parte do parque, mas nao adiantou nada, andamos e andamos em meio a um calor escaldante e nao chegamos a lugar algum! Voltamos sujas e decepcionadas....

Os guias entao nos disseram que nos levariam ao parque este final de semana, mas tivemos que vir em carater de emergecia para Vientiane (de onde escrevo agora), pois eu tive a sorte de pegar uma infeccao urinaria e tive que vir pra um lugar um pouco mais urbanizado para comprar um remedio condizente. Nao 'e nada de grave (pelo menos assim espero), apenas arde bastante pra fazer xixi.

Chegamos em Vientiane hoje e voltaremos para a vila amanha. Ontem aproveitamos pra ver os dois pontos turisticos que ainda nao tinhamos visto na outra visita a cidade. Fomos ao Patuxai, que 'e uma especie de arco do triunfo (coisa de pais que foi colonizado pelos franceses) e ao Pha That Luang, o mais importante monumento nacional do Laos. De cima do Patuxai pudemos ter uma vista panoramica de Vientiane e constatar que a cidade realmente nao se parece nem um pouco com uma capital! 'E bem baixa, sem nenhum predio que tenha mais de 3 andares.

Na vinda da rodoviaria para o centro ainda passamos por umas ruelas afastadas todas de terra as quais nos deram ainda mais a certeza de se tratar de uma cidade completamente pobre e sem graca. E ainda com um cheiro bem ruim de esgoto...esta noite por exemplo choveu forte enquanto dormiamos e um cheiro nauseabundo invadiu o quarto....horrivel!

O bom desta cidade 'e que aqui conseguimos comer sanduiche e salada, que nos faz muita falta visto que a cada dia que passamos na vila mais nos injuriamos com a comida local, que tem um gosto forte e 'e sempre, sempre servida numa especia de caldo, como se eles so soubessem comer coisas ensopadas...a carne entao 'e intragavel, pois geralmente esta cheia de nervos...provavelmente em poucos dias adotarei um regime vegetariano para fugir destas iguarias!

Ah, uma coisa bem comica da vinda de Ban Na para Vietiane foi que o onibus faz uma parada entre as cidades. Nesta parada varias pessoas descem e a Silvao ate comenta: nossa, varias pessoas descendo nesta cidade...mas nao era bem cidade, e nem nada...era uma parada no meio do mato, na beira da estrada pra o xixi! Pessoas descem do onibus e entram no mato, cada uma para um lado como se fossem foragidos de guerra, abaixam suas calcas, agacham e fazem suas necessidades ali mesmo. Depois de uns 5 minutos voltam para o onibus com uma cara de alivio e prosseguimos viagem!

Em Ban Na ainda tem a velha que cedo ou tarde bate as botas, pois catarra e escarra cada vez mais, principalmente a noite, fazendo com que eu e a Silvia durmamos cada vez menos! Ha ainda as criancas a quem ensinamos ingles a tarde, na escola. Juro por Deus, nao sei como criancas de 10 anos podem feder tanto! Mas nao 'e fedor de sujeira nao, 'e fedor de suor mesmo...eu achei que nesta idade as glandulas sudoriparas ainda nao tivessem este impacto! 'E um CLINTUA desgracado! (Clintua 'e o termo em tailandes para se referir ao fedor proveniente do suor. O suvacao mesmo!)

E por fim, para nos dar um animozinho, nas duas ultimas noites choveu e deu uma esfriada no tempo. Gostamos assim, do sol timido entre as nuvens, sem queimar o nosso couro!

domingo, 8 de março de 2009

Detalhes rurais!

Nossa, fiz tão rápido o último post que teve várias coisas que eu nem mencionei. Vou tentar completar então e depois os pareceres de Vientiane, capital do Laos.

A família lá da vila: Tem o pai, a mãe, a avó e as duas filhas. O pai e a filha mais velha são os únicos que falam um pouquinho de inglês, mas bem pouquinho mesmo. As filhas têm 13 e 6 anos e têm os dentes meio manchados, característica presente na maioria das crianças da vila. O pai faz bico de guia turístico do parque nacional, mas o trabalho de verdade mesmo eu ainda não consegui decifrar, mas acho que ele vai pra roça cortar bambu. A mãe passa o dia inteiro fazendo cestinhas artesanais feitas do mesmo bambu, atividade mor de todas as mulheres daqui. A avó fica o dia inteiro sentada desfiando bambu e catarrando. Catarrando mesmo! Não sei o porquê, mas todas as pessoas idosas da vila parecem ter problemas com isso, pois todos fazem barulhos nojentos com a boca muitas vezes seguidos de uma bela cuspida! No caso da avó da nossa casa, ela cospe num copinho que ela guarda numa cesta (de bambu) que anda com ela pra cima e pra baixo! Não quero nem imaginar o que ela faz com aquele cuspe! Teve uma noite que a Silvia nem conseguiu dormir direito...a velha ficou a noite inteira catarrando!

As aulas de inglês: A gente dá aulas pras crianças da escola à tarde e pros guias turístico a noite. As crianças têm alguma noção dos números, letras e de como perguntarem e responderem qual o seu nome, e obviamente é mais difícil dar aula pra elas, pois são bem mais exigentes e mais difíceis de obter atenção. Já os guias prestam mais atenção e se mostram mais interessados (mas nem sempre), mas não falam quase nada de inglês e já que não falamos quase nada de Lao a comunicação se torna bem mais complicada, mas aos poucos vamos chegando lá!

A higiene: Mantê-la é bem difícil. O clima é seco e as ruas são todas de terra e ficamos sujas imediatamente depois de termos tomado banho. O melhor é desencanar e entrar no clima. Entender que as roupas vão sim ficar marrons, as costas não vão parar de suar e a sede nunca vai acabar! E que os nossos pés estão e vão ficar encardidos pelo próximo mês não importa o quanto a gente os lave (É que aqui temos que tirar os chinelos antes de entrar dentro da casa e é inevitável que a terra venha junto)!

A comida: Os hábitos alimentares deles são bem diferentes dos nossos. Pra começar logo no café da manhã eles fazem uma refeição tão completa quanto um almoço ou uma janta. Não tem essa de beber leite e comer torradas. Aqui a gente come é arroz mesmo, omelete, noodles e até carne ou peixe às vezes! Uma das coisas que nos deixam com o pé atrás é que a família não tem geladeira e a comida é estocada muito precariamente. O ditado deveria ser: “O que os olhos não vêem o estômago não sente.” E é esse pensamento que estamos tentando adotar ou acabaremos morrendo de fome!

A casa: É bem simples. Os cômodos não existem, o que de fato existe são alguns lençóis pendurados que fazem as vezes das paredes. Camas também não existem, mas sim um fino colchão durinho no chão e um mosqueteiro que pelo menos não tem furos e deixa a gente a salvo dos insetos durante a noite! Apesar de parecer ruim, é uma das melhores casas da redondeza...pelo menos é feita de cimento, enquanto as outras são feitas de bambu mesmo. Mas, como nem tudo é perfeito, ela ainda não tem janelas e nem porta, então é bem comum o cachorro entrar a qualquer momento, assim como as galinhas. Sim, as galinhas!

Bom, acho que é bem isso mesmo. É uma vida bem rural, completamente diferente da que estamos acostumadas, mas a qual estamos tentando nos adaptar, e nem é tão ruim assim. É simples. E é bom saber que até na mais pura simplicidade as pessoas são igualmente felizes.

Agora sobre Vietiane não há muitas coisas pra se ver na cidade. E a cidade é bem feinha e com cheiro de esgoto em alguns lugares. Os pontos turísticos se resumem ao centro da cidade. Ontem, quando chegamos, queríamos apenas relaxar, então tomamos um bom banho, comemos um bom sanduíche bem ocidental e, claro, uma boa massagem! Ah, não é em qualquer lugar do mundo que uma ótima massagem de 1h custa apenas R$ 14!!! Depois da massagem fomos num barzinho tomar uma cerveja e acabamos numa balada com dois laoenses (?) e um dinamarquês que conhecemos.

Hoje acordamos tarde, mudamos prum hotel mais barato e fomos até o museu nacional e no Wat Si Saket, um dos principais templos budistas daqui, bem legal! Comemos na beira do Mekong olhando o pôr-do-sol e agora estamos indo fazer outra massagenzinha antes de voltarmos pra vila amanhã de manhã!

sábado, 7 de março de 2009

Vida rural.

Nossa, chegamos no Laos! E com que calor!

Nossa trajetoria pelo pais comecou com uma burocratica passagem pela fronteira. USD 30 para o visto e alguns bons minutos de espera...com muitas malas pra carregar! Meu ombro pedia arrego!

A principio o Laos se mostrou um pais meio desertico, meio pobre, meio marrom, meio triste. E essa sensacao ainda persiste. Nao sei porque, mas estava com uma sensacao de que ia encontrar muito verde por causa das plantacoes de arroz, mas acho que chegamos durante a estacao seca e os campos estao com um tom bege. Parece que eles usaram aquela tecnica de agricultura onde se queima o solo.

Nosso primeiro destino foi a capital Vientiane, onde deveriamos pegar o "onibus" que nos levaria a Ban Na, a vila onde iriamos ficar hospedadas para o trabalhp voluntario. O caminho da fronteira ate a estacao de onibus nao possui nenhuma graca! E a estacao em si menos ainda...os onibus nem sao onibus de viagem de verdade, sao tuk-tuks gigantes que carregam pessoas e param a cada 5 minutos...praticamente um pau-de-arara! Pelo menos estavamos com duas meninas do Open Mind com a gente para nos ajudar na locomocao neste pais onnde ninguem fala ingles!

Chegamos em Ban Na e nosso primeiro pensamento foi: Nao vamos conseguir ficar aqui!

Nao 'e uma vila qualquer. 'E "a" vila! Um vilarejozao mesmo. As ruas de terra, as casas de bambu, poeira pra todos os lados, sem eletricidade nas ruas e sem agua encanada!

Nao iamos conseguir! Queriamos as facilidades ocidentais!

Mas tinhamos que vencer esta etapa, afinal foi pra isso que viemos, pra ajudar os menos favorecidos, mas sobretudo para sairmos da nossa zona de conforto e experienciar coisas pelas quais muito provavelmente nao passariamos em nossas vidas.

Com isso em mente resolvemos que pensariamos positivo, que conseguiriamos sim e que sentiriamos orgulho de nos mesmas no final! Ta pensando que 'e facil ir dormir as 21h30, acordar as 07h00, tomar banho de caneca, comer uma comida esquisita, fazer as necessidades agachada numa latrina, lavar roupa no poco, enfrentar mil mosquitos, se acostumar com galinhas cruzando a casa a todo momento, aguentar um sol de 40 graus rachando na cabeca, aprender a fazer cesta de bambu, falar uma lingua dificilima, ensinar ingles pra um monte de pessoas cada uma com um nivel diferente, comer comida que nao fica guardada na geladeira, lavar a louca so com agua e sem sabao e ter os pes sempre, SEMPRE sujos de barro? Nao vou nem mencionar a odisseia que 'e ficar menstruada num lugar desses...pois 'e, eu tive essa "sorte"!

Pois 'e, estamos aqui so a 03 dias mas ja vivenciamos tudo isso!

Pelo menos a familia que nos recebeu esta fazendo um puta esforco pra nos sentirmor confortaveis, e ate que esta dando certo...a cada hora que passa as coisas se tornam mais faceis e comuns. Apesar de, como cidadas de Sao Paulo, ainda nao nos acostumamos com a inevitavel sensacao de nao ter muito o que fazer...as vezes bate um tedio, e grande!

Junte tedio com uma vontade louca de tomar um banho decente: pronto, aproveitamos o fim de semana e voltamos pra capital Vientiane. Acabamos de chegar e a primeira providencia foi banho e Internet! Voces nao sabem a sorte que tem de terem um chuveiro e uma privada! Que luxo!

Amanha faremos os pontos turisticos e segunda de manha voltaremos pra vila...e ai a gente acostuma de vez. Ou assim espero!

terça-feira, 3 de março de 2009

Tchau, Nong Khai!

Pronto, o treinamento acabou! Amanhã eu e a Silvão vamos para o nosso primeiro projeto voluntário. Houve uma pequena mudança de planos e vamos começar pelo Laos, onde ficaremos 4 semanas!

Enquanto estivermos morando nas vilas não teremos acesso à Internet e as notícias ficarão cada vez mais escassas, portanto vou tentar contar o que aconteceu nestes último dias para que não fique tudo acumulado.

No nosso segundo dia aqui em Nong Khai aprendemos algums DOs e DONTs aqui da Tailândia, basicamente coisas que devemos ou não fazer pois são consideradas demonstração ou falta de respeito, respectivamente. Por exemplo: nunca apontar os pés para alguém ou tocar na cabeça de alguém visto que na cultura deles os pés são as partes mais sujas do corpo e a cabeça a parte mais sagrada, intocável.

Depois fomo a um jardim budista, cheio de estátuas que contam algumas passagens da vida do Buda, desde que este era somente o príncipe Siddharta até a sua transformação em Buda, quando obteve o Nirvana, ou algo assim.

As estátuas são enormes!!!! De concreto e muito bem feitas, gigantes mesmo, de deixar você com uma sensação de ser bem pequenininho!!! E o passeio foi ainda melhor porque o Ya foi explicando pra gente algumas das passagens e histórias do budismo, o que foi bem interessante!

Depois do jardim fomos visitar um mercado aberto, perto do rio Mekong. Nossa, vendia de tudo...desde roupas e joalheria até objetos para acampar e comida! Neste mercado tivemos que descobrir qual era o nome de algumas coisas em tailandês (calça, papel higiênico, óculos escuros, etc) e um casal dono de uma das tendas foi muito solícito e ajudou eu e a Silvão com várias palavras....era bem engraçada a comunicação, visto que não falamos tailandês e eles não falavam inglês...ficou tudo baseado na mímica mesmo! Deu certo!

O almoço foi num restaurante à beira do Mekong, mais uma vez comemos a exótica comida Isan. Digo exótica porque a comida desta região é bem diferente da do resto da Tailândia, digamos que tem umas coisas mais “nojentas”, mas é só no visual mesmo, o paladar costuma ser bom quando não envolve carne de porco, que tem gosto de sabão!

Tivemos mais um pouco de treinamento à tarde e depois saímos para outro mercado para comprar alguns ingredientes para o jantar. Era o jantar de boas-vindas e nós, voluntários, teríamos que preparar dois pratos típicos Isan para os tailandeses! Dividimos o grupo em 2, as escocesas para um lado e eu, Silvão e Arnand (que nasceu nos EUA, morou em Portugal e agora vive no Zimbábue) pro outro lado.

Ufa....nosso grupo teria que preparar uma salada razoavelmente simples enquanto o grupo Escócia tinha que preparar um prato quente mesmo, uma espécie de curry com batatas e camarão.

Neste mercado vimos as coisas mais nojentas com relação à carne. Peixe, frango, porco e vaca...todas as carnes cortadas e jogadas de qualquer jeito em cima dos balcões. As moscas fazendo a festa! O cheiro bem forte e o visual bem aterrorizante. E sim, vimos besouros e outros insetos sendo vendidos no espeto (que droga, estava sem a minha câmera)! Nessas horas o melhor mesmo é comer em um restaurante, pelo menos você não vê o back-stage!

Enfim, voltamos pra casa pra preparar o jantar, o que foi bem engraçado, pois os thais ficavam supervisionando o preparo e aparentemente a gente fazia tudo errado! Pelo menos saiu alguma coisa e até que ficou gostoso. Pelo menos para nós!

Durante o jantar um grupo de “dançarinas” veio apresentar algumas danças típicas para a gente e até tentaram ensinar alguns passos, o que não foi tão difícil. Estou me referindo aos passos! O movimento das mãos eram quase impossível, praticamente você tinha que ter dedos tão tortos que fossem capazes de girar para trás sem causar desconforto. Impraticável para reles mortais!

Obs: Notaram que dançarinas está entre aspas? Pois é. Na verdade era um grupo de lady-boys, ou she-males, ou travestis se acharem melhor. Eles são bem comuns aqui na Tailândia e é algo totalmente normal. Um dos meninos que trabalha aqui nos disse que nas salas de aula tem pelo menos um lady-boy, isso ainda crianças! Que alguns começam a se travestir lá pelos 8 anos.

No dia seguinte, ou melhor, na madrugada seguinte, acordamos às 4h00 da manhã pois fomos convidados para irmos ao casamento do Nik, um dos staff da ONG....e o casamento seria em uma cidade que ficava a 3h30 de distância!!!!

Beleza, foi cruel acordar tão cedo, mas estávamos animados! Tal animação foi rapidamente interrompida quando o Sven chegou para pegar a gente. Ele tinha uma pick-up cabine estendida....ou seja, não tinha espaço para todos e 4 pessoas teriam que ir na caçamba: eu e Silvão éramos uma das 4! Não foi nada agradável ficar todo este tempo com um vento incrivelmente forte e gelado batendo nas nossas caras. Resultado: chegamos todas ao casamento com cabelos lindos de morrer! (Imaginem então o meu, que já é enrolado...chegou que era um nó só! Pra pentear depois só eu sei o sofrimento que foi!)

O casamento foi bem legal e diferente! Aqui eles casam sempre de manhã às 9h00, pois o número 9, assim com na China, indica sorte, prosperidade, etc. Os noivos ficam sentados na frente do mestre de cerimônia, que fica falando um monte de coisa. O quê exatamente eu não faço idéia...não preciso mencionar que era tudo em tailandês, né! E depois os convidados amarram barbantes nos pulsos dos noivos para dar sorte.

Depois da cerimônia em si, quando o relógio marcava ainda 10h30 da manhã a galera sentou-se nas mesas e comeu. Comer de verdade!!!! Como se fosse almoço! Peixe, carne, curry, arroz, tudo! E até cerveja...com gelo!

Foi bem divertido. Os tailandeses adoram uns fárang (é assim que eles se referem aos estrangeiros) por perto e tudo acaba virando uma festa! É foto daqui, foto de lá, até convite pra ir tomar um refresco na casa de uma da convidadas a gente recebeu! E fomos! Em todo casamento tem aquela tia bêbada super animada que não pára de mexer com você! Pois é, era ela mesma! E ela fez questão que fôssemos a sua casa antes de ir embora.

Já passava das 18h quando chegamos no alojamento e tudo o que eu queria era tomar um bom banho, tirar aquele monte de nós do meu cabelo, comer meu omeletinho (tinha comprado uns ovos no mercado e já estava precisando de um break na pimenta) e ir domir!

Ahhh, merecido sono de 10h!!!

No dia seguinte acordamos para o ultimo dia de treinamento: mais algumas lições de tailandês e à tarde aplicação prática! Fomos até uma das vilas aqui perto de Nong Khai para dar uma mini-aula para as crianças!

Nos dividimos em 3 duplas e cada uma teve que preparar uma aula relacionada a um tópico. O meu e da Silvão foi Apresentação. Nem preciso dizer o quão difícil foi fazer isso, afinal nunca demos aula pra ninguém, ainda mais de inglês e com um público que só fala tailandês! Ainda bem que nos escrevemos para os projetos de eco-turismo e teremos que dar aula somente algumas vezes e por poucas horas.

Dali fomos todos para o supermercado comprar salada. Estávamos com vontade de algo mais ocidental, ou que pelo menos não tivesse pimenta! Fizemos nossa janta e fomos conhecer a noite de Nong Khai com os outros voluntários e os thais (Toto e Ya).

Foi bem divertido. Primeiro fomos em um bar com sinuca, depois pra outro com banda ao vivo e por fim fomo a um karaokê! Os tailandeses adoram cantar! Acho que isso é uma coisa de todo o sudeste asiático.

E por fim, hoje, fomos atrás de um dicionário de Lao e tivemos algumas lições com a Phai e a Tom, que são de lá e vão nos levar amanhã. Pelo resto do dia de hoje temos que basicamente arrumar nossas malas, arrumar o quarto e dar uma estudada na língua.

Depois disso só Deus sabe quando conseguirei mandar alguma notícia... =(

E só para vocês não esquecerem: já têm fotos no www.flickr.com/photos/jtonidandel

domingo, 1 de março de 2009

Fotos!

Galera,

tem fotos da viagem no flickr: www.flickr.com/photos/jtonidandel

Alguém tem algum site para colocar fotos para sugerir? Descobri que este flickr tem um limite mensal, que já foi atinigido só com essas 30 fotos que coloquei hoje....

Aceito sugestões!